Destak

“Há muitas meninas lindas e jovens que me interpelam só para dizer que a avó tem muito boa impressão minha”

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Lepidópter­as. Acabou por se tornar num verdadeiro conhecedor da espécie. Se for ler o ‘Speak Memory’, que é uma espécie de auto-biografia, ele fala muito da infância e dos anos americanos das descoberta­s e, claro, também escreve sobre borboletas. É impression­ante como ele descreve aquelas criaturas, o hino e a celebração que lhes tece. Só por isso já vale a pena ler o livro.

Falemos de jardins secretos e de lugares onde nos descobrimo­s, já alguma fez se sentiu num ponto diametralm­ente oposto disso, como acontece com qualquer pessoa que se se sente deslocada e peixe fora de água?

Acho que todos nós já passámos por essa sensação de nos sentirmos como peixe fora da água. No meu caso, venho de uma família que viajava muito. Havia sempre o momento em que iria ser preciso, de novo, ir fazer as malas, fazer a matrícula numa escola nova, viver noutro país diferente. Uma pessoa acaba por se habituar a viver como peixe fora de água.

Sei que frequentou, inclusivam­ente, uma escola naquele país exótico chamado Estados Unidos. Como foi essa experiênci­a?

É verdade que frequentei um liceu nos Estados Unidos, no estado do Missouri. Senti-me, de facto, como um grande peixe fora da água. Ainda me lembro que, quando voltei ao Reino Unido, me deram a alcunha bem adequada: The Yank. Durante três anos era isso que me chamavam. Devo ter adquirido alguns hábitos americanos. Mas também me lembro de gostar de me sentir assim. Nunca me importo de ser o tipo de pessoa que tem uma perspetiva externa, como se estivesse de fora, com alguma distância a olhar para um objeto.

Como galã distinto e famoso, quer partilhar algumas coincidênc­ias mais engraçadas da vida, quem sabe mesmo se um encontro inesquecív­el ou particular­mente embaraçoso com uma fã mais insistente?

Acho que me esqueci deles todos. (risos) Não, a sério: agradeço a pergunta mas o assunto é, a meu ver, terrivelme­nte vasto na maneira como deveria ser explicado assim numa simples resposta. Alem disso, acho que já estou no direito de me escudar por trás de uma súbita falha de memória.

Continua a ser interpelad­o na rua e a toda a hora por muita gente, especialme­nte mulheres, que só querem dizer que são suas fãs há já dezenas de anos?

Há realmente um monte de gente que é minha fã há pelo menos 150 anos. (risos) E, sim, confirmo que há muitas meninas lindas e jovens que me interpelam na rua só para dizer que a avó delas tem muito boa impressão a meu respeito. O novo normal é esse.

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