“Não deixa de ser inacreditável como, neste momento da minha vida, me sinto tão cheia de energia”
Foi-lhe fácil manter a saúde física e a sanidade mental?
Ou, por outras palavras, como é que tem mantido a sua qualidade de vida, proteger a perspetiva otimista, dar consigo entusiasmada, trabalhar, etc.
Pois, isso da saúde é uma batalha constante, não é? Especialmente durante esta época da pandemia. A minha rotina era a de ir a casa apenas para restabelecer forças. Ficava algum tempo em casa, entre empregos, a recuperar do labor executado. Fazia isso e, depois, seguia para um outro trabalho algures. Nunca estive num local tempo suficiente para ver o mudar das estações do ano. Mas este ano foi diferente. Vim para o Montana quando estava a nevar e, na verdade, continuava a nevar até há umas poucas semanas. Ver tudo isso foi incrível. Por outro lado, quando sentimos que estamos impossibilitados de fazer aquilo que nos mantém vivos na Terra, há momentos em que é legítimo sentirmo-nos um bocadinho perdidos. A minha cura é sair de casa e embrenhar-me na natureza. Também tenho sorte porque alguma da minha família vive perto. Tem sido possível manter contacto com eles. Temos tido o maior dos cuidados, porque queremos mesmo estar uns com os outros. Tenho aqui duas irmãs e um irmão. Tenho sobrinhas e sobrinhos. Têm sido momentos muito gratificantes e de enorme significado pessoal, isto de poder contar com uma família, estar rodeada de quem amamos e nos quer bem.
Qual é o seu calcanhar de Aquiles? Tem uma carreira tão ilustre, mas todos nós sabemos que só basta uma fraqueza para o monumento vir abaixo. Confesse: qual é a sua grande fraqueza?
Tenho muita facilidade em deixar andar, adiar a resolução das coisas. Quando estou a trabalhar não adio nada. Mas quando não estou no emprego é-me relativamente difícil apanhar todas as pontas soltas do que sou e começar o dia…
Vejo que têm aí um cão ao pé. E… outro no sofá? Já percebi que adora cães.
Garanto que nos ajudam imenso. Juro.
Que me diz das grandes batalhas e conquistas sociais que temos presenciado nos últimos tempos? Também fica chocada com a grande desigualdade de direitos, com a diferença nos rendimentos entre ricos e pobres, a obscenidade tributária, o fosso social dividindo toda