Médica acusada de negligência
Clínica que exercia funções no Hospital do Espírito Santo de Évora deu alta a criança de 20 meses que acabou por morrer horas depois
OMinistério Público (MP) acusou de homicídio por negligência uma médica do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) que, em 2019, deu alta a uma criança de 20 meses que acabou por morrer poucas horas depois. Os factos ocorreram no dia 30 de abril de 2019, quando a criança de 20 meses, com "um quadro clínico de laringite aguda", foi "atendida e observada no HESE pela arguida", que, na altura, exercia funções naquela unidade hospitalar.
"Foi dada alta à criança no mesmo dia, também pela arguida, sem que o quadro clínico estivesse estabilizado", pois a paciente "apresentava uma subida dos batimentos cardíacos e uma diminuição dos níveis de oxigénio no sangue", pode ler-se no comunicado do MP.
De acordo com a acusação, a criança, no mesmo dia em que teve alta hospitalar, "acabou por falecer de edema laríngeo, devido a edema da laringe, que impedia a passagem de
Ministério Público diz que foi dada alta à criança sem que o quadro clínico estivesse estabilizado
ar para os pulmões".
"Ao conceder alta à criança sem que o quadro clínico respetivo estivesse estabilizado, a arguida desrespeitou as 'legis artis', as orientações técnicas da Direção-geral da Saúde
DOENÇA a seguir nas urgências em idade pediátrica e o protocolo do HESE a seguir nos casos de laringotraqueíte aguda", é referido no comunicado.
Recorde-se que, já em setembro deste ano, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) anunciou ter concluído que a alta da criança de 20 meses do Hospital do Espírito Santo de Évora foi dada quando a criança "ainda apresentava sinais não tranquilizadores".