Hospital de Setúbal com falta de meios
Ordem dos Médicos diz que a degradação desta unidade hospitalar é um retrato fiel do Serviço Nacional de Saúde elevado ao máximo
Faltam instalações, faltam médicos, faltam jovens médicos, sobejam doentes crónicos e críticos nas urgências”. Foi este o retrato que presidente da Sub-região de Setúbal da Ordem dos Médicos, Daniel Travancinha, fez do Centro Hospitalar e Setúbal, (CHS) numa audição da Ordem dos Médicos na Comissão Parlamentar de Saúde. Para este responsável, a degradação do CHS é um "retrato fiel do Serviço Nacional de Saúde, elevado ao expoente máximo".
Recorde-se que o diretor clínico e 87 médicos com cargos de chefia pediram a demissão face à degradação progressiva dos diferentes serviços do Hospital de São Bernardo, principal unidade de saúde do CHS, que, na opinião do representante da Ordem dos Médicos, deveria ser reclassificado para o nível D, de hospital polivalente.
"O CHS cobre uma área de cerca de 270 mil habitantes e promove assistência indireta a pelo menos mais 100 mil habitantes. É um hospital de nível C e tem urgência médico-cirúrgica, classificação inferior à assistência que pratica, ostentando serviços que poderiam colocá-lo no nível D, polivalente, com pneumologia, oncologia, cirurgia plástica, urologia, cardiologia de intervenção e outros", justificou, lembrando que a reclassificação permitiria uma melhoria significativa no financiamento do CHS.
Daniel Travancinha salientou ainda que as obras de ampliação do Hospital de São Bernardo, já em concurso público, não são suficientes para incorporar o Hospital Ortopédico do Outão.
"Aumentaria ainda mais o caos e
PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO NOS PAÍSES BAIXOS não haveria alargamento que fosse capaz de evitar esse caos", disse.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que visitou o CHS sete vezes nos últimos quatro anos, lembrou que tem vindo a alertar para a situação daquela unidade hospitalar e se reuniu várias vezes com o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, mas considerou que "nada foi feito nestes anos".
ÉVORA E NOVA DE LISBOA