Jovens afastados do mercado laboral
Portugal é o segundo país da UE onde os trabalhadores dos 25 aos 34 anos têm menor peso percentual e o quarto com a força laboral mais envelhecida
Omercado de trabalho tem vindo a afastar os jovens e, concomitantemente, está mais envelhecido. Esta é uma das principais conclusões de um estudo feito pela Pordata com o objetivo de traçar o perfil do trabalhador português.
Segundo a base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, se há duas décadas um terço dos trabalhadores tinha entre 44 e 64 anos, hoje essa faixa etária representa praticamente metade da força laboral. Aliás, o escalão entre os 55 e os 64 anos teve o maior au
mento percentual (65,7%).
Este envelhecimento da população ativa tem o efeito de dificultar a entrada no mercado de trabalho dos mais jovens. O número de trabalhadores com 15 a 24 anos baixou dos 523,6 mil em 2023 para 306,9 mil em 2023. Uma diminuição de 41,4%.
Cruzando os dados do INE e do Eurostat, a Pordata aponta que Portugal é o segundo país da União Europeia com menos jovens entre os 25 e
os 34 anos no total dos trabalhadores - só superado por Espanha. E é o quarto país com a força laboral mais envelhecida: por cada 100 trabalhadores com menos de 35 anos tem 99 com mais de 54 anos. Só Bulgária, Letónia e Itália tem uma proporção mais desequilibrada.
Quinto salário mais baixo
Portugal é o 3º país europeu com mais contratos a prazo: um em cada seis trabalhadores tem um vínculo precário. Quanto ao part-time, apenas 8% dos funcionários estão inseridos nesse regime. Quanto aos salários, Portugal tem o 5º valor médio mais baixo, superando apenas Eslováquia, Grécia, Hungria e Bulgária.
Número de jovens abaixo dos 24 anos a trabalhar desceu de 523,6 mil para 306,9 mil em duas décadas