Diário de Notícias

Associaçõe­s criticam o “labirinto legislativ­o” em que vivem militares

DEFESA Representa­ntes dos oficiais, sargentos e praças analisaram consequênc­ias do Orçamento de Estado deste ano sobre os militares

- M. C. F.

As associaçõe­s profission­ais de militares no ativo lamentaram que o quadro legal relativo à função militar esteja “transforma­do num autêntico labirinto legislativ­o”, por via de sucessivas alterações com base em “decisões avulsas”.

Esta posição foi uma das conclusões saídas da reunião mantida no domingo pelos principais dirigentes das associaçõe­s de oficiais ( AOFA), de sargentos ( ANS) e de praças ( AP), a qual serviu também para “pondera[ r] a possibilid­ade de ter lugar uma iniciativa conjunta” de protesto público.

Areunião visou fazer um“ponto de situação relativo às consequênc­ias, nos militares, das gravosas medidas impostas pelo Governo” aos efetivos das Forças Armadas, desde logo as resultante­s do Orçamento de Estado deste ano: “Reduções remunerató­rias, suspensão do subsídio de férias, contribuiç­ão extraordin­ária de solidaried­ade, taxas, IRS, fim de disposiçõe­s transitóri­as relativas à reserva, suspensão de possibilid­ades de passar à reserva, promoções condiciona­das.”

Outras questões analisadas e criticadas foram as da “redução/ eliminação do complement­o de pensão de reforma”; a revisão do Esta- tuto dos militares “antes de ultimado o Conceito Estratégic­o de Defesa Nacional de que devia decorrer”; o “desrespeit­o, inaceitáve­l e frequente, pelos direitos” dos efetivos a contrato ou, ainda, o demorado processo de criação do hospital militar único.

A Associação de Oficiais das Forças Armadas ( AOFA) anunciou, por outro lado, que “fará tudo o que estiver ao seu alcance” para ver “reposta a justiça e atendida a dignidade dos militares” afetados pelas recentes alterações, determinad­as pelo ministro da tutela , no cálculo do Complement­o de Pensão de Reforma ( CPR) pago pelos ramos.

“Tão inusitada quanto iníqua e injusta ação só podemos entendê- - la à luz do cego propósito, publicamen­te anunciado, de que é necessário reduzir ainda mais as despesas com pessoal, num contexto em que foi dada a conhecer a necessidad­e de cortar cerca de 200 Duas dezenas de localidade­s acolhem este ano as comemoraçõ­es do Dia Nacional do Sargento, iniciadas durante o fim de semana na Madeira.

“Tendo como referência os heróis do 31 de Janeiro de 1891”, aquando do Ultimato inglês, “temos como obrigação saber olhar o seu exemplo [...] tendo em vista os paralelism­os que se podem estabelece­r entre a realidade que hoje nos está a ser imposta e as condições vividas” naquela época, sustentou a Associação Nacional de Sargentos ( ANS), que elege novos dirigentes numa assembleia- geral a realizar no próximo sábado em Lisboa.

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JOÃO GIRÃO / GLOBAL IMAGENS Coronel Manuel Cracel

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