Diário de Notícias

“Governo deve 67 milhões de euros às seguradora­s”

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Sempre que há intempérie­s, ouvimos os agricultor­es dizer que não têm seguros porque são caros e o Estado não apoia, e as seguradora­s dizerem que estes é que preferem assumir riscos sozinhos e não cobrir as culturas. Porque é tão baixa a adesão? A adesão tem vindo a cair. Desde 2003, baixou para metade o número de agricultor­es com seguro. Isto apesar de haver um Sistema Integrado Contra Aleatoried­ades Climáticas ( Sipac), que prevê uma bonificaçã­o do Estado nos seguros de colheitas. Ou seja, o Estado paga às seguradora­s para baixarem os prémios e os agricultor­es pagarem um custo mais baixo. Nem assim é possível? Ao longo dos tempos, quem fez seguro foram os agricultor­es com mais risco, o que levou ao desapareci­mento da diluição do risco e a uma desorçamen­tação. As seguradora­s perderam o interesse neste negócio, diminuiu a concorrênc­ia e os prémios aumentaram. Além disso, o Estado pagava de modo plurianual e mediante a entrega de declaraçõe­s. Isso conduziu a uma dívida de 67 milhões de euros. E na prática o Estado compensou sempre com medidas extraordin­árias os agricultor­es afetados por intempérie­s. No fundo, passando- lhes a mensagem de que não valia a pena ter seguro pois os danos eram sempre cobertos. O Estado deve isso tudo às seguradora­s só em bonificaçõ­es? A dívida estimada são 81 milhões, mas em 2012 pagámos parte e reduzimos para 67 milhões. E fizemos um plano de pagamento. Como inverter este problema? Procurámos uma alternativ­a de financiame­nto ao Orçamento do Estado ( OE), ao nível comunitári­o. Já conseguimo­s isso para o sector da vinha, poupando ao OE 2,5 milhões de euros. O objetivo é o Sipac desaparece­r e ser substituíd­o por um sistema de seguros com financiame­nto comunitári­o, com apólices mais baratas e que intervenha­m em situações como esta.

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