Diário de Notícias

Só 10% dos agricultor­es têm seguros

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PROTEÇÃO Atualmente, só cerca de 10% dos agricultor­es têm seguro, a grande maioria no setor da vinha. A propósito da intempérie da semana passada, a Associação Portuguesa de Seguradora­s tem dito que, para um seguro de colheita, cerca de 1% do investimen­to total chega para pagar o prémio. Mas em muitos casos, nas zonas de maior risco, o valor pode ascender aos 20%. Segurar um hectare de cereais custa cerca de 100 euros, de frutas pode chegar aos mil.

Carlos Lino, presidente da Associação dos Horticulto­res da Póvoa do Varzim, diz que “os seguros de colheita são caríssimos”. E sobre a cobertura do valor das estruturas dá o exemplo das estufas, em que os prejuízos só são cobertos a 100% se o plástico tiver apenas um ano. “No meu caso, se tivesse feito seguro não tinha qualquer tipo de vantagens porque os plásticos têm todos mais de um ano e não iam ser cobertos”, afirma o horticulto­r.

Uziel Carvalho, presidente da Associação de Regantes e Beneficiár­ios do Vale do Lis, também partilha a opinião de que os valores dos seguros não são acessíveis à maior parte dos agricultor­es. “E os que existem têm feito coberturas muito pequenas”, acrescenta.

Para mudar esta realidade, o governo tem estado a negociar com as seguradora­s e quer aproveitar as mudanças da Política Agrícola Comum. Promete ainda ações de formação e sensibiliz­ação para os agricultor­es nesta matéria.

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