Entregas ao domicílio para salvar ‘ smartshops’
Prestes a verem a sua atividade ilegalizada, as lojas estão a vender ao desbarato: algumas promoções chegam aos 60%
Com o arranque da lei que proíbe a venda das chamadas drogas legais – prevista para entrar em vigor já a partir de fevereiro – várias smartshops do País estão a fazer promoções sobre os produtos incluídos na lista de substâncias proibidas pelas novas regras. Preços baixos, descontos que chegam aos 60%, facilidades nos pagamentos e entregas ao domicílio são as estratégias possíveis de quem investiu e tenta agora minimizar os prejuízos.
“Está em vigor a campanha Freemind Fresh – megadescontos de inverno, até ao dia 28 de fevereiro 2013”, lê- se no mural de Facebook de uma das principais lojas de Lisboa. Sob o lema“liberta a tua mente”, a smartshop garante ainda entregas ao domicílio nos dias mais chuvosos. “Com este tempo, deixa- te ficar no conforto do lar. Faz o teu pedido por telefone, que nós entregamos em casa.”
AWonderland, situada em Lisboa, também acena aos consumidores com“o mais rápido e económico serviço de entregas”, com diferentes formas de pagamento: “dinheiro, multibanco ou visa, sem limite mínimo de compra” e possibilidade de acumular “pontos de descontos” no cartão cliente. O serviço custa cinco euros nas entregas em Lisboa e dez euros nos arredores.
Para muitas lojas, explica- nos o proprietário de uma smartshop recentemente aberta no centro do País, “estes são os últimos dias em que o negócio é legal”. “Com a vigilância apertada da ASAE, o mais provável é receber uma inspeção no dia em que a lei entrar em vigor”, teme o empresário de 35 anos, que investiu “oito mil euros” no negócio. Despachar o máximo de produtos tornou- se uma imposição: “Os fornecedores não aceitam as devoluções, normalmente trocam os produtos ilegais por outros, com ligeiras alterações na composição. Agora que isso vai deixar de ser possível devido à quarentena a que as novas substâncias estão obrigadas, o importante é vender.”
Após a morte de três pessoas na Madeira, o tema começou a ser falado na comunicação social e as vendas foram “caindo a pique”. “Depois disto, é para fechar”, garante J. Embora a sua loja venda todo o tipo de objetos ligados à cultura psicadélica e das drogas leves, o grosso de negócio vem das substâncias psicoativas. Segundo disse ao DN o presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamento s Aditivos, João Goulão, falta apenas “a aprovação do Conselho de Ministros”. SERPA A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo informou ontem que decidiu suspender a decisão de fechar as urgências do Hospital de Serpa durante a madrugada, a partir de sexta- feira. Este anúncio motivou os utentes a interromper o seu protesto. ESTUDO Uma equipa de investigadores descreveu um novo mecanismo que contribui para o desenvolvimento do cancro e explica até 50 por cento das anomalias associadas a alguns tipos de leucemia. A investigação foi liderada pelo grupo de André Nussenzweig, do Instituto Nacional do Cancro dos Estados Unidos.