Diário de Notícias

Entregas ao domicílio para salvar ‘ smartshops’

Prestes a verem a sua atividade ilegalizad­a, as lojas estão a vender ao desbarato: algumas promoções chegam aos 60%

- ANDRÉ RI TO

Com o arranque da lei que proíbe a venda das chamadas drogas legais – prevista para entrar em vigor já a partir de fevereiro – várias smartshops do País estão a fazer promoções sobre os produtos incluídos na lista de substância­s proibidas pelas novas regras. Preços baixos, descontos que chegam aos 60%, facilidade­s nos pagamentos e entregas ao domicílio são as estratégia­s possíveis de quem investiu e tenta agora minimizar os prejuízos.

“Está em vigor a campanha Freemind Fresh – megadescon­tos de inverno, até ao dia 28 de fevereiro 2013”, lê- se no mural de Facebook de uma das principais lojas de Lisboa. Sob o lema“liberta a tua mente”, a smartshop garante ainda entregas ao domicílio nos dias mais chuvosos. “Com este tempo, deixa- te ficar no conforto do lar. Faz o teu pedido por telefone, que nós entregamos em casa.”

AWonderlan­d, situada em Lisboa, também acena aos consumidor­es com“o mais rápido e económico serviço de entregas”, com diferentes formas de pagamento: “dinheiro, multibanco ou visa, sem limite mínimo de compra” e possibilid­ade de acumular “pontos de descontos” no cartão cliente. O serviço custa cinco euros nas entregas em Lisboa e dez euros nos arredores.

Para muitas lojas, explica- nos o proprietár­io de uma smartshop recentemen­te aberta no centro do País, “estes são os últimos dias em que o negócio é legal”. “Com a vigilância apertada da ASAE, o mais provável é receber uma inspeção no dia em que a lei entrar em vigor”, teme o empresário de 35 anos, que investiu “oito mil euros” no negócio. Despachar o máximo de produtos tornou- se uma imposição: “Os fornecedor­es não aceitam as devoluções, normalment­e trocam os produtos ilegais por outros, com ligeiras alterações na composição. Agora que isso vai deixar de ser possível devido à quarentena a que as novas substância­s estão obrigadas, o importante é vender.”

Após a morte de três pessoas na Madeira, o tema começou a ser falado na comunicaçã­o social e as vendas foram “caindo a pique”. “Depois disto, é para fechar”, garante J. Embora a sua loja venda todo o tipo de objetos ligados à cultura psicadélic­a e das drogas leves, o grosso de negócio vem das substância­s psicoativa­s. Segundo disse ao DN o presidente do Serviço de Intervençã­o nos Comportame­nto s Aditivos, João Goulão, falta apenas “a aprovação do Conselho de Ministros”. SERPA A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo informou ontem que decidiu suspender a decisão de fechar as urgências do Hospital de Serpa durante a madrugada, a partir de sexta- feira. Este anúncio motivou os utentes a interrompe­r o seu protesto. ESTUDO Uma equipa de investigad­ores descreveu um novo mecanismo que contribui para o desenvolvi­mento do cancro e explica até 50 por cento das anomalias associadas a alguns tipos de leucemia. A investigaç­ão foi liderada pelo grupo de André Nussenzwei­g, do Instituto Nacional do Cancro dos Estados Unidos.

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PAULO SPRANGER/ GLOBAL IMAGENS Com a nova lei em vigor, o futuro das ‘ smartshop’ fica ameaçado: o principal negócio, as drogas, vai ser ilegal
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Leucemias explicadas

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