Religião vai perder força no mundo ocidental
FUTURO “A religião, como foi vivida nos últimos dois mil anos, vai sobreviver nos próximos 200?” Perante a questão – lançada pelo moderador do debate, João Céu e Silva, jornalista do DN –, a maioria dos oradores concordaram que a tendência é para que a religião perca peso no mundo ocidental.
O padre Anselmo Borges preconiza que no futuro “as religiões, no sentido institucional, perderão força sobre os crentes” e que se irá “acentuar a autonomia individual”. A opinião é partilhada pelo ateísta e professor universitário, Ludwig Krippahl, que acredita que “vai haver uma diminuição da intensidade e do poder das instituições religiosas”.
O porta- voz da Conferência Episcopal Portuguesa, Manuel Morujão, reconhece igualmente que “no bloco ocidental tem havido um decréscimo numérico, pois também tem havido um decréscimo de valores”. A nova realidade, garante, “exige muito mais criatividade” por parte dos agentes religiosos.
Pedro Gil defendeu que a resposta a dar a este desafio passa por equilibrar a fé e a razão. Já o padre Tolentino Mendonça disse, em jeito de graça, que a religião vai sobreviver “nos próximos 200 mil anos”. Admitindo que “há um fenómeno da recomposição do religioso nas sociedades ocidentais”, lembra que “a importância da fé na vida de mulheres e homens livres é hoje uma evidência enorme”. E conclui: “É essa disponibilidade que é a linha do futuro. (...) A persistência da fidelidade de Deus ao homem garante- nos que a relação com o divino é alguma coisa que está ancorada no mais fundo do coração do homem.”