Diário de Notícias

Portugal vende ‘ resorts’ na Rússia, Suécia e França

Iniciativa. Turismo de Portugal vai fazer um ‘ roadshow’, a partir de fevereiro, para promover o sector e escoar até dez mil casas de férias

- ANA B AP TI S TA

O Turismo de Portugal, em parceria com a Associação Portuguesa de Resorts e com o apoio do Governo, arrancou ontem com um programa de promoção do sector que tem como principal objetivo ajudar a escoar as seis a dez mil casas de resorts que existem para venda, atualmente, em Portugal.

Para isso vai andar, durante este ano, num roadshow pelo estrangeir­o, que começa já em fevereiro no Reino Unido, e que segue depois para a Alemanha, França, Rússia, Suécia e Holanda, ou seja, os destinos que, historicam­ente, mais procuram este tipo de produto em Portugal. “Vamos levar as empresas que vendem os imóveis para ajudar na promoção e trazer cá líderes de opinião para ajudar a passar a boa mensagem lá fora”, explicou o presidente do Turismo de Portugal, Frederico Costa.

No entanto, há já outros destinos em análise que poderão ser visitados numa segunda fase, como é o caso do Brasil, da China ou do Médio Oriente, mercados também muito procurados pelos proprietár­ios dos resorts em Portugal. Por exemplo, para Carlos Leal, administra­dor do Pine Cliffs Resort, um empreendim­ento de luxo no Algarve, os mercados principais são “claramente a Rússia, o Cazaquistã­o, o Médio Oriente, a Ásia e a América Latina – sendo que neste caso o Brasil é a maior oportunida­de”, disse ao DN/ Dinheiro Vivo.

“Podemos e devemos incentivar a compra de casa em Portugal”, disse o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira. É que, explica, “no Sul da Europa as vendas [ de turismo residencia­l] ascendem a cem mil unidades e Portugal só tem 4% destas vendas. A Espanha tem 40%, a França tem 25% e a Itália 15%. Ainda assim, esses quatro mil imóveis geram receitas de mil milhões de euros, que é algo que queremos aumentar, porque a aposta no turismo residencia­l é uma aposta na economia”.

Para Santos Pereira, o turismo residencia­l é um sector de elevada importânci­a para a economia nacional, gerador de 9% da riqueza do PIB e de 8% do emprego, e que “não estava a ser devidament­e tratado”. Além disso, ressalva, apoiar o turismo é ajudar também outros sectores em dificuldad­e, como a construção e o imobiliári­o.

Governo dá incentivos fiscais

Para aumentar as vendas de casas e estimular o sector não chegam reuniões de promoção no estrangeir­o e é por isso que o Governo está já a dar incentivos jurídicos e fiscais, como a atribuição de um visto de residência aos estrangeir­os que comprem casas de valor igual ou superior a 500 mil euros ou a permitir que comprem casas e não paguem imposto de sucessão, como acontece noutros destinos do Sul da Europa. Outro incentivo é a isenção de IRS em Portugal para os reformados que já descontem no seu país de origem.

No entanto, para Carlos Leal, que acompanhar­á o Turismo de Portugal no roadshow, apesar de positivo, este programa “é apenas o começo e será suficiente para fazer a diferença”. Em causa está principalm­ente o combate à sazonalida­de. “Precisamos de olhar para a logística. Os possíveis compradore­s não podem ter dificuldad­es em chegar a Portugal, principalm­ente no inverno, quando há uma redução significat­iva dos voos e do acesso, principalm­ente ao Algarve”, rematou.

 ?? DIANA QUINTELA/ GLOBAL IMAGENS ?? Ministros da Administra­ção Interna, de Estado e da Economia estiveram na cerimónia de ontem
DIANA QUINTELA/ GLOBAL IMAGENS Ministros da Administra­ção Interna, de Estado e da Economia estiveram na cerimónia de ontem
 ?? HELDER SANTOS/ GLOBAL IMAGENS ?? Jorge Tomé é o presidente do Banif
HELDER SANTOS/ GLOBAL IMAGENS Jorge Tomé é o presidente do Banif

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