Diário de Notícias

Candidatur­a ao PS fragilizav­a luta pela capital

COSTA Próximos do autarca admiti- ram sérios riscos com a disputa simultânea da liderança socialista e da câmara. Próximo secretário- geral será possível candidato a Sãobento

- M. M. e JOÃO PEDRO HENRIQUES

1. António Costa chegou muito bem disposto ao Largo do Rato mas não quis falar aos jornalista­s 2. Na Comissão Política Nacional, António José Seguro foi cáustico para o passado ‘ socrático’ 3. Maria de Belém Roseira foi outra das dirigentes socialista­s que não quiseram falar antes da reunião 4. Pedro Silva Pereira, antigo braço direito de José Sócrates no anterior Governo, criticou a forma como o PS tem feito oposição ao Governo

3 A candidatur­a de António Costa a secretário- geral do PS fragilizav­a a recandidat­ura do atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa à autarquia da capital, assumiram fontes próximas do autarca socialista ao DN. O que poderá justificar o arrepio, pelo menos para já.

Em julho de 2011, António Costa afastou- se da corrida à liderança do partido. “Não é possível acumular a liderança do PS e a presidênci­a da Câmara Municipal de Lisboa”, disse então. “O PS precisa de um secretário- geral a tempo inteiro e o município de Lisboa de um presidente com dedicação exclusiva”, insistiu, dando o seu apoio e voto a Francisco Assis. Mas agora o autarca já abre a porta às duas candidatur­as, embora não concretize os tempos de uma eventual disputa da liderança socialista. Com sérios riscos, admitem os seus próximos.

A aposta era de tudo ou nada, admitiam as referidas fontes. No melhor dos cenários, Costa mantinha Lisboa e tentaria conquistar o partido. No reverso da medalha, perdia os dois – e a direção não deixará de o responsabi­lizar por perder algo que, à partida, parecia ( apesar de Fernando Seara) garantido: a reeleição.

O próximo Congresso do PS, que é eletivo, define também o próximo candidato a primeiro- ministro, por ser a última reunião magna dos socialista­s antes das próximas eleições legislativ­as, mesmo que o Governo vá até ao fim da legislatur­a em 2014. A direção de António José Seguro promoveu uma alteração estatutári­a que acertou os calendário­s internos com as legislatur­as.

Também por isto esta será uma última oportunida­de para António Costa apontar ao Largo do Rato – com os olhos em São Bento. Mas com Lisboa no horizonte, o cálculo da eventual incapacida­de de Seguro em unir o partido é bastante subjetivo. E poderá não chegar.

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