A propósito do acesso aos mercados
ECONOMIA Leitor alerta para excesso de otimismo no que respeita à analise da posição de Portugal nos mercados Parece importante esclarecer as coisas, pois há gente ofuscada com o resultado recente de venda da dívida: 1. Os juros desceram, não muito, nos vários países intervencionados. 2. Na Irlanda e na Espanha a descida foi para valores bastante inferiores ao nosso e tiveram prazos de dez anos, contra apenas cinco de Portugal. 3. Tais descidas de- veram- se basicamente às decisões do Banco Central Europeu de apoio ao euro e de não deixar cair a Grécia. 4. O estado da nossa economia e seus fracos indicadores não permitem oti- mismos, pois continuam a não inspirar confiança aos mercados. 5. Se não crescermos e não criarmos riqueza para pagar novas dívidas e os juros que se vão acumulando, o nosso rating não subirá do “lixo” e pode até descer, fazendo subir de novo os juros. 6. O objetivo deve ser, portanto, fazer crescer urgentemente a economia e renegociar entretanto condições mais favoráveis. Só assim a austeridade poderá ser aliviada.