Diário de Notícias

“Não sinto que andem à procura de culpados”

- L. G., Évora

DESPISTE Numa altura em que as famílias choram os mortos e tratam dos feridos, o tempo não é para procurar responsabi­lidades pelo acidente. “Não sinto que as pessoas andem à procura de culpados, não senti isso”, diz ao DN o padre João Maria Lourenço, que enquanto capelão do Hospital de Portalegre visitou algumas vítimas e falou com familiares.

“As pessoas com quem falei não vão muito por aí, estão a lidar com a situação o melhor possível e a tentar seguir em frente.” Segundo o padre João Maria Lourenço, as famílias estão “divididas numa ambiguidad­e de sentimento­s” em que a “revolta e o choque” são acompanhad­os de “alguma resignação e da tentativa de ir ultrapassa­ndo pouco a pouco toda esta tragédia”.

As causas do despiste do autocarro de matrícula espanhola, que transporta­va 44 pessoas, estão a ser investigad­as pelo Ministério Público através da GNR e pela empresa Estradas de Portugal, depois de o mau estado do piso do IC 8 ( que se encontra em obras) ter sido apontado como uma das possíveis causas para o acidente.

Uma fonte da autarquia contatada pelo DN confirma que a questão “ainda não se colocou, não foi essa a primeira preocupaçã­o de quem se viu confrontad­o com toda esta tragédia”. Além disso, “tudo indica que a empresa proprietár­ia do autocarro tinha seguro de passageiro­s”, pelo que a questão “poderá ficar resolvida, pelo menos desse ponto de vista”.

A presidente da Câmara de Portalegre, Adelaide Teixeira, visitou os feridos, incluindo o motorista, tendo- o encontrado “emocionalm­ente muito afetado”.

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