Diário de Notícias

Despejou gasolina e ateou fogo ao irmão para matar

Suspeito fugiu e só foi detido em Ourém pela GNR. Crime estará relacionad­o com julgamento por abusos sexuais de uma sobrinha

- J ÚLI O ALMEI DA, Ave i ro

O homem suspeito de atear fogo ao irmão depois de despejar uma garrafa de gasolina, segunda- feira à noite, na Gafanha da Nazaré, Ílhavo, foi localizado, ontem durante a manhã, pela GNR quando andava a pé na cidade de Ourém.

Uma patrulha, estando a par do alerta feito através do dispositiv­o policial, abordou o indivíduo, que, na conversa, terá referencia­do aspetos relacionad­os com os acontecime­ntos, levando os guardas a desconfiar. Confirmada a identidade, foi chamada a PJ de Aveiro ao posto de Ourém.

Carlos Vareta, 47 anos, é suspeito de despejar combustíve­l e atear fogo a um irmão de 44 anos, que foi encontrado pelos bombeiros de Ílhavo carbonizad­o, no interior de um anexo da casa dos pais usado como quarto. Continuou “a monte” até ontem de manhã, depois de, alegadamen­te, ter fugido do local do crime de motorizada.

“O Jorge não fazia mal a ninguém, não percebo como foi vítima disto”, lamentava um amigo do falecido quando ajudava na limpeza dos danos causados pelas chamas.

Já familiares próximos associaram o comportame­nto violento do suposto incendiári­o a uma série de ameaças, recentes, que justificam pela aproximaçã­o do início do seu julgamento por abuso sexual de uma sobrinha de 18 anos.

No sábado passado, Carlos Vareta, pedreiro no desemprego, tinha já incendiado o anexo, de construção recente, onde o pró- prio residia, causando apenas danos materiais, e só voltou a ser visto segunda- feira.

Um outro irmão, António, de 43 anos, assistiu à tragédia pouco antes das 23.00. “Ele rebentou com a porta, entrou, meteu os joelhos em cima do Jorge e virou a garrafa de plástico com gasolina. Acendeu um papel com um isqueiro e disse ‘ vou matar- te agora bandido’”, contou ontem antes de ser levado para prestar declaraçõe­s na PJ de Aveiro. “Se fosse lá sacudi- lo quando estava a arder também morria”, disse ainda a testemunha, que dividia o quarto com o falecido. António, o mais novo dos três irmãos, que se dedica a vender peixe, não soube explicar o comportame­nto com razões concretas. “Ou estava drogado ou com vinho”, especulou.

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JÚLIO ALMEIDA Crime foi cometido no anexo à casa dos pais dos dois irmãos

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