Execução de mulher foi adiada
PENA DE MORTE Execução de Kimberly Mccarthy, 51 anos, por assassínio cometido em 1997, estava marcada para esta noite
Um castigo raro para mulheres nos Estados Unidos, já que apenas 12 foram executadas desde que a pena de morte voltou a ser permitida, em 1976. Um último recurso para adiar a execução de Kimberly McCarthy por um mês foi enviado ao governador do estado do texas, Rick Perry, e aceite com certa surpresa. A injeção letal que iria tirar a vida a esta mulher, que está no corredor da morte há 14 anos, estava prevista para ser aplicada ontem às 18.00 locais ( meia- noite em Lisboa). Seria a primeira mulher a ser executada nos EUA desde 2010. Mas a pena foi adiada para abril.
“Menos de 1% de todas as execuções nos Estados Unidos são de mulheres, embora elas respondam por 10% dos assassinatos”, disse à AFP Richard Dieter, diretor do centro de informação sobre a pena capital.
O diretor explica que “o facto de as mulheres cometerem com menor frequência crimes para os quais são condenadas à pena de morte ajuda a explicar esse fenómeno. Geralmente matam alguém que conhecem e o crime não é acompanhado por roubos, violação ou assalto.”
Esse não foi o caso de Kimberly. Ela foi acusada de bater e matar à facada uma vizinha de 71 anos, DorothyBooth, quando assaltou a casa da vítima, em 1997. De acordo com as investigações, Booth, uma professora universitária de Psicologia aposentada, teria aberto a porta da sua casa, em Lancaster ( cerca de 20 quilómetros ao sul de Dallas), a McCarthye concordado em dar uma chávena de açúcar à sua assassina.
A condenada a pena de morte também foi indiciada pelo envolvimento em outros crimes, embora não tenha sido condenada por estes. Evidências do DNA de McCarthy ligam- na ao assassínio de outros dois idosos de forma brutal, ambos em dezembro de
1988.
Kimberly era uma técnica de enfermagem domiciliária viciada em crack. O seu advogado principal, Doug Parks, alegou que o consumo de drogas foi o que a levou a cometer os crimes. “Acho que quando ela está livre das drogas é provavelmente uma pessoa muito boa”, disse.
McCarthy foi julgada duas vezes pelo assassínio de Booth, a mais recente em 2002. A sua primeira condenação à pena de morte, em 1998, foi anulada três anos depois pelo Tribunal de Apelações Criminais do Texas, que alegou que a polícia violou os seus direitos ao usar uma declaração que ela tinha feito a eles depois de pedir um advogado.
Ela será a 13. ª mulher a ser executada nos Estados Unidos, depois de a pena de morte ter voltado a ser permitida no país, em 1976. Nesse mesmo período, mais de 1300 presos do sexo masculino foram executados em todo o país. No Texas, estado com o maior número de condenados à pena capital, McCarthy é uma das dez mulheres na fila de espera para a execução. É a única com a data marcada para morrer e será a quarta prisioneira do sexo feminino a ser executada desde 1976.