Socorama vai fechar 49 salas de cinema
Cinema. Viana do Castelo, São João da Madeira, Covilhã, Leiria, Loures, Seixal, Guia e Ponta Delgada ficam sem salas da distribuidora
A exibidora Socorama Sociedade Comercial de Cinema vai encerrar até amanhã 49 das 106 salas de cinema que detém, levando ao despedimento de 75 trabalhadores. A decisão afetará oito complexos de cinema localizados em centros comerciais do grupo Sonae Sierra em Viana do Castelo, São João da Madeira, Covilhã, Leiria, Loures, Seixal, Guia e Ponta Delgada. “Não conseguimos chegar a acordo [ com a Sonae Sierra] para dar continuidade à exploração de cinema. Eram condições impossíveis de conti- nuar dada a quebra no sector”, j ustificou João Paulo Abreu, da administração da exibidora.
O despedimento coletivo abrangerá 55 trabalhadores. Além destes, a empresa não renovará contrato com outros 20 funcionários. João Paulo Abreu afirmou que os trabalhadores serão informados da decisão até amanhã.
O administrador lamentou o encerramento das salas, pelos despedimentos e pela redução de oferta cinematográfica em algumas localidades – como Viana do Castelo e Ponta Delgada – e afir- mou que a empresa “tentará reunir as condições para manter as outras salas”.
O grupo Sonae Sierra anunciou que cessou contrato com a Socorama porque a exibidora“acumulou uma dívida de valor muito elevado” e vai avaliar o destino a dar às 49 salas que vão fechar. Contactada pela Lusa, fonte da comunicação do grupo empresarial não quis adiantar o montante da dívida em causa, referindo que estão agora em cima da mesa várias opções de uso das salas de cinema que irão encerrar. “Não está nada decidido, estamos em negociações com outros operadores e a analisar diferentes opções, que incluem outro tipo de uso que não seja só cinema”, disse a fonte.
A Socorama Sociedade Comercial de Cinema detém 106 salas de cinema e em 2012 registou 12,6 milhões de euros de receita bruta de bilheteira. Apesar de ser a segunda maior exibidora, atrás da Zon Lusomundo Cinemas, a Socorama registou uma quebra de 1,7 milhões de euros em relação a 2011. Quanto ao número de espectadores, de acordo com dados do Instituto do Cinema e Audiovisual de 2012, a empresa registou também quebras – por retração do consumo dos portugueses – de cerca de 375 mil bilhetes vendidos.
Em 2011, j á tinha sido dado um alerta sobre as condições laborais da empresa, quando os trabalhadores anunciaram a realização de uma greve pelo pagamento em atraso do subsídio do Natal. Na altura, a greve envolveu projecionistas, funcionários de bilheteira e gerentes de sala da exibidora.