Diário de Notícias

A excecional Holanda

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Guilhermin­a, Juliana e Beatriz. Há mais de um século que a Holanda só tem rainhas, uma excecional­idade que combina bem com a personalid­ade deste pequeno país da Europa, menos de metade do tamanho de Portugal. Agora, a monarca no poder há 33 anos anunciou com toda a normalidad­e a abdicação a favor do filho, Guilherme Alexandre, que em abril se tornará rei, com o desafio de manter a popularida­de da dinastia dos Orange.

Nascida como república no século XVI, a Holanda afirmou- se cedo como uma grande potência marítima, a ponto de ter travado uma guerra quase global com Portugal, perdendo no Brasil e em Angola, mas triunfando no Oriente, onde se apoderou do Sri Lanka e das ilhas das especiaria­s. Dessa época remota ficou o espírito comercial, assim como o empreended­orismo ligado à ética protestant­e, a ponto de, apesar dos apenas 16 milhões de habitantes, a Holanda estar hoje entre as 20 maiores potências económicas mundiais, com um PIB comparável aos da Indonésia ( uma antiga colónia sua) ou da Turquia.

Democracia celebrada pelo seu espírito de tolerância, apesar das polémicas recentes em torno da minoria muçulmana, o Reino dos Países Baixos ( nome oficial do país) prepara- se para receber um novo monarca com o mesmo espírito confiante de sempre, uma confiança que faz que o país conquiste, há séculos, território à custa do mar.

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