Diário de Notícias

Cofres vazios: “desemprego” e vida “difícil” para os portuguese­s

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PSD- AÇORES Passos defendeu a ministra das Finanças. Disse que Portugal estaria como a Grécia se tivesse seguido um rumo diferente Passos Coelho saiu ontem em defesa da ministra das Finanças por ter afirmado que Portugal tem os cofres cheios, dizendo que a oposição devia estar ofendida não por isso, mas por “saber que quando cá chegámos ( ao governo) os cofres estavam vazios, não havia lá um tostão”.

“Nessa altura sim, onde estão? Acham que é um insulto aos portuguese­s que estão desemprega­dos dizerem que temos os cofres cheios. O que é que significou para os portuguese­s todos nestes anos ter os cofres vazios? Custou muito desemprego, muita medida difícil.” O primeiro- ministro e líder nacional dos sociais- democratas respondia assim, no fecho do XXI Congresso do PSD- Açores, que decorreu na Ribeira Grande, ilha de São Miguel, às críticas dirigidas pe - la oposição a Maria Luís Albuquerqu­e por esta ter afirmado que o país tem os “cofres cheios” para cumprir os seus compromiss­os, independen­temente de eventuais perturbaçõ­es que possam ocorrer, assegurand­o o pagamento de salários, de pensões ou para fazer os reembolsos da dívida. Passos lembrou que Portugal está no caminho da recuperaçã­o, a criar emprego, e que aqueles deviam, sim, era es- tar “orgulhosos” por haver cofres cheios, já que os vazios significar­am “desemprego” e vida “difícil”. Admitiu, no entanto, que continua a haver muita falta de emprego no país, onde, para além de o rendimento e as oportunida­des não serem devidament­e repartidos, o privilégio também “ainda não foi erradicado”. Disse querer continuar a corrigir esta situação.

Numa intervençã­o de 50 minutos e que arrancou aplausos da plateia, Passos Coelho vincou a ideia de que, se a estratégia adotada pelo seu governo em 2011 fosse substituíd­a por medidas mais brandas e dilatadas, ou ainda se não tivesse insistido em cumprir o memorando da troika, Portugal estaria hoje como a Grécia. Deixou novamente o recado à oposição: “Não podemos deixar de observar que foi justamente o caso político que seguiu a estratégia que os nossos adversário­s defenderam aquele que não consegue nem fechar a ajuda externa nem fechar a crise económica e social e que, de crise política em crise política, aparece dramaticam­ente a pedir ajuda e a falar em crise humanitári­a.”

Na reunião magna que consagrou Duarte Freitas como presidente do PSD- A por mais dois anos e candidato do partido à presidênci­a do governo regional dos Açores, Passos Coelho deixou claro que não se esquece do país que “encontrámo­s em 2011” e que os sacrifício­s pedidos aos portuguese­s não foram para salvar bancos. PAULO FAUSTINO

Passos Coelho foi aos Açores lembrar que

o país já entrou em cresciment­o económico

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