Diário de Notícias

Morreu aos 74 anos o ator brasileiro Cláudio Marzo

Fez cinema, teatro e, sobretudo, televisão: participou em 30 novelas, como Fera Ferida e Irmãos Coragem ( na Globo) e Pantanal ( na TV Manchete)

- MARIA JOÃO CAETANO

O ator brasileiro Cláudio Marzo, conhecido por papéis como o coveiro Orestes de Fera Ferida ( 1993) ou José Leôncio de Pantanal ( 1990), morreu ontem na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, aos 74 anos, onde estava internado desde o início do mês devido a uma pneumonia.

Filho de uma família de operários e descendent­e de italianos, Cláudio Marzo abandonou os estudos aos 17 anos para trabalhar como figurante na TV Paulista. Mais tarde, foi contratado pela TV Tupi, tendo atuado numa produção sobre Chopin. Foi a partir do seu trabalho na TV Tupi que acabou no Teatro Oficina. “Sempre tive vontade de ser ator, achava uma coisa fantástica. Os atores emocionava­m- me. Na época eu acreditava, ingenuamen­te até, que o teatro pudesse modificar o mundo”, disse o ator em entrevista ao site Memória Globo. “Eu não queria fazer sucesso em televisão. Eu queria ser ator de teatro, entende? E achava que fazer sucesso em televisão era uma coisa que te queimava. Era uma coisa inferior. Mas eu precisava trabalhar.”

Aos 25 anos, Marzo integrou o primeiro grupo de atores contratado­s pela Globo, inaugurada em abril de 1965. A sua estreia na estação aconteceu com a novela A Moreninha. Era já um nome conhecido da televisão quando entrou em Véu de Noiva, de Janete Clair, a primeira teleno- vela contemporâ­nea da Globo. O par formado por Cláudio Marzo e Regina Duarte conquistou enorme popularida­de. No ano seguinte, participar­ia em Irmãos Coragem, também de Janete Clair, como um dos irmãos do título: Duda, um craque de futebol.

Ao longo de 50 anos de carreira, o ator participou em mais de 30 novelas. Carinhoso ( 1973) colocou- o de novo ao lado de Regina Duarte. Mas foi na década de 1980 que participou em duas produções que marcariam a sua carreira. Em Brilhante, de Gilberto Braga, exibida em 1981, foi o motorista Carlos, que vivia um romance com sua patroa, Chica Newman, papel de Fernanda Montenegro. Já na minissérie Quem Ama não Mata, de Euclydes Marinho, de 1982, o ator contraceno­u com Marília Pêra. Fora da Globo, participou em Kananga do Japão ( 1989) e Pantanal ( 1990), na TV Manchete. Em 1993, vemo- lo em Fera Ferida e, dois anos depois, entra no remake de Irmãos Coragem.

A carreira de Cláudio Marzo também inclui trabalhos no cinema – fez 35 longas- metragens, entre as quais O Homem Nu, realizado por Hugo Carvana, com argumento de Fernando Sabino. Com esse filme, lançado em 1990, ganhou o prémio de melhor ator no Festival de Gramado. O seu último filme foi A Casa da Mãe Joana ( 2007) e o seu derradeiro trabalho na televisão foi na minissérie Guerra e Paz ( 2009), exibida pela Globo.

Marzo deixa três filhos dos casamentos com as atrizes Betty Faria, Denise Dumont e Xuxa Lopes. Nos últimos anos, estava casado com Neia Marzo.

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Claúdio Marzo em Desejo Proibido, telenovela de 2007

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