Diário de Notícias

Só Benzema percebeu Ronaldo

No clássico dos clássicos, o Barcelona recebeu o Real Madrid, venceu por 2- 1 e ampliou a vantagem na liderança para quatro pontos. Ronaldo marcou, enviou uma bola à barra e ainda assistiu para um golo mal anulado aos merengues. Messi perdeu um duelo com

- BRUNO PIRES

Real Madrid e Barcelona não desiludira­m. Disputaram um clássico frenético, incerto, emotivo e com muitos motivos de interesse. Os merengues tinham o peso da tradição contra si, pois não conseguiam derrotar um Barcelona líder, fora de casa, há cinco décadas, mas não se deixaram atemorizar e quiseram demonstrar que a tão aventada crise não passa de um rumor. Perderam o jogo, mas mostraram que estão vivos e que não são inferiores aos seus grandes rivais.

Ronaldo, e é impossível não falar dele, jogou ao seu melhor nível na primeira parte. Primeiro atirou uma bola à barra, depois marcou mesmo num lance em que os melhores intérprete­s do Real Madrid mostraram toda a sua genialidad­e. Nos dois lances, foi assistido pelo fabuloso Benzema – o francês esteve num noite de profunda inspiração, contando- se como o melhor futebolist­a do Real Madrid.

Antes, porém, o Barcelona tinha aberto o marcador através do improvável Mathieu – o patinho feio deste Barcelona.

A primeira metade dizia que no jogo de trios do meio- campo o Barcelona perdia aos pontos para um Real Madrid que se sentia cómodo como nunca e sempre com espaço para jogar como os seus executante­s desejam.

Ainda antes do intervalo, numa altura em que o golo do Real Madrid se adivinhava, ele surgiu mesmo... mas foi invalidado. Mal invalidado, pois Ronaldo, quando assiste Bale, está em linha com o último defesa dos catalães. Os primeiros 45 minutos tinham mostrado um Barcelona feliz, pelo golo, incapaz de se superioriz­ar a meio- campo, e um Real Madrid bastante alicerçado em Modric e Kroos na construção e em Ronaldo e Benzema no último terço. O francês era o homem que entendia o madeirense. Uma aliança que se julgava poder vir a ser perfeita. Isto tudo pe- rante uma noite discreta – para utilizar um adjetivo ligeiro – de Messi.

Afinal, o jogo decidiu- se num detalhe... polémico. O uruguaio Suárez estreou- se a marcar em clássicos espanhóis após um belo passe de Daniel Alves, que defensivam­ente fez um jogo sofrível, mas parece estar adiantado. Ainda assim, Casillas, que definitiva­mente já viveu melhores dias, deu a impressão de que podia ter feito mais e melhor – leia- se defender. Acabou aí o Real Madrid porque o Barça acertou nas marcações e ganhou agressivid­ade. Agora, o Real tem de anular uma desvantage­m de quatro pontos nas últimas dez jornadas, algo que não consegue há nove anos.

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