Só Benzema percebeu Ronaldo
No clássico dos clássicos, o Barcelona recebeu o Real Madrid, venceu por 2- 1 e ampliou a vantagem na liderança para quatro pontos. Ronaldo marcou, enviou uma bola à barra e ainda assistiu para um golo mal anulado aos merengues. Messi perdeu um duelo com
Real Madrid e Barcelona não desiludiram. Disputaram um clássico frenético, incerto, emotivo e com muitos motivos de interesse. Os merengues tinham o peso da tradição contra si, pois não conseguiam derrotar um Barcelona líder, fora de casa, há cinco décadas, mas não se deixaram atemorizar e quiseram demonstrar que a tão aventada crise não passa de um rumor. Perderam o jogo, mas mostraram que estão vivos e que não são inferiores aos seus grandes rivais.
Ronaldo, e é impossível não falar dele, jogou ao seu melhor nível na primeira parte. Primeiro atirou uma bola à barra, depois marcou mesmo num lance em que os melhores intérpretes do Real Madrid mostraram toda a sua genialidade. Nos dois lances, foi assistido pelo fabuloso Benzema – o francês esteve num noite de profunda inspiração, contando- se como o melhor futebolista do Real Madrid.
Antes, porém, o Barcelona tinha aberto o marcador através do improvável Mathieu – o patinho feio deste Barcelona.
A primeira metade dizia que no jogo de trios do meio- campo o Barcelona perdia aos pontos para um Real Madrid que se sentia cómodo como nunca e sempre com espaço para jogar como os seus executantes desejam.
Ainda antes do intervalo, numa altura em que o golo do Real Madrid se adivinhava, ele surgiu mesmo... mas foi invalidado. Mal invalidado, pois Ronaldo, quando assiste Bale, está em linha com o último defesa dos catalães. Os primeiros 45 minutos tinham mostrado um Barcelona feliz, pelo golo, incapaz de se superiorizar a meio- campo, e um Real Madrid bastante alicerçado em Modric e Kroos na construção e em Ronaldo e Benzema no último terço. O francês era o homem que entendia o madeirense. Uma aliança que se julgava poder vir a ser perfeita. Isto tudo pe- rante uma noite discreta – para utilizar um adjetivo ligeiro – de Messi.
Afinal, o jogo decidiu- se num detalhe... polémico. O uruguaio Suárez estreou- se a marcar em clássicos espanhóis após um belo passe de Daniel Alves, que defensivamente fez um jogo sofrível, mas parece estar adiantado. Ainda assim, Casillas, que definitivamente já viveu melhores dias, deu a impressão de que podia ter feito mais e melhor – leia- se defender. Acabou aí o Real Madrid porque o Barça acertou nas marcações e ganhou agressividade. Agora, o Real tem de anular uma desvantagem de quatro pontos nas últimas dez jornadas, algo que não consegue há nove anos.