Diário de Notícias

Regulador da energia investiga EDP e Galp e acena com multas

Em causa estão alegadas irregulari­dades na mudança de comerciali­zador, na leitura do contador e na aplicação da tarifa social

- ANA BAPTISTA

O presidente da ERSE, Vítor Santos, quer melhorar o mercado

INQUÉRITO A Entidade Reguladora dos Serviços Energético­s ( ERSE) está a investigar a EDP e a Galp por alegadas práticas irregulare­s no mercado livre de eletricida­de e gás. Em causa, diz o regulador em comunicado, estão problemas na mudança de comerciali­zador e na aplicação da tarifa social e ainda a desconside­ração das leituras dos contadores comunicada­s pelos clientes.

Se estes casos se confirmare­m, as duas empresas poderão ser multadas com coimas que podem “oscilar entre os 2% e os 10% do volume de negócios realizado por cada uma das empresas em causa”, diz o regulador.

Segundo o comunicado, a infração que pode receber as multas de até 10% do volume de negócios é a que está relacionad­a com a não atribuição da tarifa social. Neste caso, a ERSE está a investigar a EDP Comercial e a Galp Power. A segunda sanção mais pesada – até 5% do volume de negócios – pode ir para a EDP Distribuiç­ão, responsáve­l pela mudança de comerciali­zador, que a ERSE está a investigar por “possível violação do dever de independên­cia”. Por fim, as multas até 2% da faturação seriam para a Galp, por, alegadamen­te, ter “desconside­rado a generalida­de das leituras que lhes são co- municadas pelos consumidor­es, não as comunicand­o aos comerciali­zadores e por conseguint­e as mesmas não têm integrado a faturação”. Galp já respondeu oficialmen­te Em comunicado enviado ontem, a Galp nota que “em relação aos clientes com dificuldad­es económicas não se revê de forma alguma nas observaçõe­s da ERSE, uma vez que tem vindo a assegurar o acesso à tarifa social sem quaisquer restrições ou incómodos para o cliente”.

Mas no que toca à desconside­ração das leituras, a Galp confirma que possam ter existido algumas situações anómalas. Contudo, nota que tal decorre da “complexida­de de leis e regulament­os do processo de liberaliza­ção aliada ao elevado número de processos de mudança e ao aumento exponencia­l das exigências sobre os sistemas e procedimen­tos das empresas do setor”. No entanto, sublinha que “as situações a que a ERSE se refere ocorrem num número bastante limitado” e que a Galp tem feito todos os esforços para as eliminar por completo.

A empresa avisa, contudo, que neste “período de transição o regulador deve privilegia­r um acompanham­ento atuante e colaborati­vo para que o mercado liberaliza­do funcione, apenas recorrendo a medidas sancionató­rias nos casos em que fique demonstrad­a intenciona­lidade no não cumpriment­o das regras”.

Multas podem oscilar entre 2% e 10% do volume

de negócios

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