Diário de Notícias

VOLVO OCEAN RACE: A BATALHA FAZ- SE NO MAR E NA SECRETARIA

Três equipas foram penalizada­s na pontuação por infrações cometidas à saída de Newport, nos Estados Unidos da América. Abu Dhabi reforça liderança

- J OÃO PE DRO HENRI QUES

O Abu Dhabi reforçou ligeiramen­te a liderança na regata depois de aplicadas penalizaçõ­es a três barcos concorrent­es Mal- estar na regata de volta ao mundo. Um júri internacio­nal reunido ontem na Doca de Pedrouços penalizou três equipas por infrações supostamen­te cometidas à saída de Newport, no início da etapa que trouxe a frota para Lisboa.

Essas penalizaçõ­es – que atingiram o Dong f eng, o Mapfre e o Team SCA – provocaram duas alterações na classifica­ção geral: o Dong feng era segundo e passou para terceiro; o Mapfre era quarto e passou para quinto. O Abu Dhabi – de quem partiu o primeiro protesto – reforçou ligeiramen­te a sua liderança.

A equipa Mapfre f ez avançar para Lisboa um advogado, Luis Sáenz de Mariscal, e produziu um comunicado onde denunciou que um quarto barco ( o Brunel) cometeu, sem ter nenhuma penalizaçã­o, a mesma infração pela qual os outros três foram sancionado­s.

Afirma por outro lado que a sua pena foi injusta face ao Dongfeng. E concluiu – como aliás o Dongfeng também fez – que as regras da VOR não são claras.

O que esteve em causa foi o facto de as três equipas terem, à saída de Newport, entrado numa zona de exclusão estabeleci­da para evi- tar cruzamento­s entre a frota e o tráfego marítimo pesado. O júri, presidido pelo francês Bernard Bonneau, penalizou o Mapfre e o Dongfeng com um ponto cada um; e o Team SCA com dois ( porque a equipa feminina, além de ter entrado na zona de exclusão, também velejou num sentido contrário ao definido).

Assim o Donfgeng ficou empatado em pontos com o Brunel ( 22 pontos) mas como estes têm melhor de- sempenho nas regatas costeiras – cuja classifica­ção serve exclusivam­ente para desempatar –, oficialmen­te estão em segundo lugar.

O mesmo se passou com o Mapfre. Passou a estar empatado com o Alvimedica, mas, como estes têm melhor score nas regatas costeiras, estão oficialmen­te à f rente ( 4. º l ugar na geral). Um dos argumentos do advogado da Mapfre é que o Dongfeng cometeu a sua infração de forma mais prolongada no tempo – e portanto de- veria ter tido uma penalizaçã­o superior.

Esta é a segunda penalizaçã­o que o barco espanhol sofre por violação de regulament­os náuticos. A outra, de dois pontos, foi por não ter comunicado à organizaçã­o, na etapa entre Auckland ( Nova Zelândia) e Itajaí ( Brasil), que fizera reparações a bordo.

Cada equipa recebe em cada etapa o número de pontos igual à posição em que fica ( um ponto para o 1. º , dois pontos para o 2. º , etc.).

O Team SCA não reagiu – o que não espanta. Está tão atrasado na classifica­ção geral, que receber mais pontos é indiferent­e. A batalha da única equipa exclusivam­ente feminina da VOR é provar que conseguem até ao fim vencer uma etapa oceânica ( faltam duas) e vencer na classifica­ção das regatas costeiras ( vão em 3. º lugar e foram até agora a única equipa que conseguiu vencer duas).

Para o Dongfeng, do skipper francês Charles Caudrelier, este é mais um revés. Quando chegou aos Estados Unidos mantinha a ambição da vitória final mas agora luta para ver se não fica em terceiro.

Caudrelier colocou no site da equipa um t exto de motivação: “Tudo pode ainda acontecer ao Abu Dhabi nas próximas duas etapas. Não perdemos a vontade de os vencer. É claro que agora o Brunel também se colocou na fotografia, o que provavelme­nte até tornará a vida tão complicada para nós como para o Abu Dhabi: quem vai cobrir quem?”

A equipa Mapfre fez avançar, de imediato, um advogado para Lisboa

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