Diário de Notícias

Portugal “deve sair do défice excessivo neste ano”

Défice será de 2,9% já neste ano, acredita OCDE. Governo é ainda mais otimista e diz 2,7%. Mas dívida será quase 128%

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ORÇAMENTO O governo vai conseguir respeitar ol i mite de 3% do PIB no défice público neste ano, devendo baixar a fasquia até 2,9%, indicou a Organizaçã­o para a Cooperação e Desenvolvi­mento Económico ( OCDE). “Vai permitir a Portugal sair do Procedimen­to do Défice Excessivo”, afirma.

No estudo semestral sobre o panorama económico das economias mais desenvolvi­das, divulgado na quarta- feira, a OCDE torna- se, assim, a primeira instituiçã­o externa a apoiar o governo, que também tem garantido repetidame­nte que o dé- fice vai descer para 2,7% no final de 2015, o que, a acontecer, será um marco histórico.

Há meses que o governo está isolado nessa questão. A Comissão Europeia inscreveu um valor de 3,2%, que depois baixou para 3,1%; o Fundo Monetário Internacio­nal ( FMI) tem mantido 3,2%. Para o próximo ano, a OCDE aposta em 2,8%.

Na dívida pública, já é mais pessimista. Calcula que o rácio chegue aos 127,7% do PIB neste ano ( 130,2% em 2014), ao passo que o governo fala em 124,2%, Bruxelas em 124,4% e o FMI em 126,3%.

O cresciment­o da economia e o desemprego estão mais ou menos em linha com os cenários das instit uições. Para a OCDE, Portugal deve crescer 1,6% neste ano, acelerando para 1,8% no próximo. O de- semprego alivia para 13,2% da população ativa neste ano e para 12,6% no ano que vem.

O primeiro- ministro, Pedro Passos Coelho, saudou o relatório por ser “uma boa notícia”.

Em t ermos globais, o cresciment­o de 2015 foi revisto em baixa ( de 3,6% para 3,1%). “É preciso mais investimen­to para puxar as economias para um caminho de cresciment­o mais elevado.”

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