“Portugal precisa bastante de um festival literário”

AJOÃO CÉU E SILVA Feira do Livro de Lisboa não deverá contar neste ano com a presença de Álvaro Santos Pereira como escritor ou ensaísta, tão- pouco como leitor à procura de livros, porque está fora do país. No entanto, quando está cá, a feira é sempre um destino certo para ir com a família ver as novidades e encontrar livros que procura: “O passeio familiar é importante para que os mais novos sintam os livros num ambiente relaxado.” Aliás, considera que a feira tem um “encanto especial” devido à conjugação dos livros com os debates e os muitos outros eventos que ocorrem no recinto. No entanto, mesmo com a evolução da Feira do Livro de Lisboa, acredita que Portugal mereceria um grande festival literário: “Não precisa de acontecer na capital, pode ser no Porto ou noutra localidade. Um festival literário é uma situação que acontece em tantos países e que promove o conhecimento dos autores por novos leitores, bem como o encontro de ideias e a divulgação de novidades.” Defende tanto a ideia que até sugere o tema “lusofonia” como mote para a sua orientação: “A Feira do Livro e um festival literário complementar- se- iam em vez de se prejudicar. E Portugal precisa bastante de um festival literário.” Como autor, Álvaro Santos Pereira já esteve várias vezes em feiras do livro, como o caso da de Lisboa, a participar em sessões de autógrafos: “Já fui algumas vezes e gosto dessa presença junto dos leitores, onde se pode conhecer a opinião de quem nos lê e até perceber como é feita a interpretação dos nossos livros por aqueles a quem se dirigem.” Não teve jamais alguma história com um leitor que lhe tenha ficado na memória: “Como também tenho alguns romances publicados, há quem venha comentar as personagens e sugerir outros finais para elas. No caso dos livros de economia, também existe quem discuta as teorias apresentadas. É uma ótima interação”.