Diário de Notícias

Há um coro no Panteão à espera de um maestro

Até sábado qualquer pessoa pode pegar na batuta durante duas horas

- I NÊS B A NHA

Os Joiku ao sabor da batuta de quem passa O à- vontade com que Diana Freitag dirige o coro que atua em frente ao Panteão Nacional, em Lisboa, engana com facilidade quem por ali passa: embora aparente ser uma profission­al, é apenas alguém que, após uma visita à vizinha Feira da Ladra, não desperdiço­u a oportunida­de de ser maestrina por uns minutos. Segue- se, logo depois, a sua mãe, de 73 anos. “É uma experiênci­a única. Nunca imaginei, com esta idade...”, diz Bárbara Santos.

São 15.40 de terça- feira, dia de estreia do Andamento, e a primeira de duas sessões diárias está prestes a terminar. A princípio, foi preciso alguma insistênci­a das organizado­ras do evento integrado nas Festas de Lisboa’ 15 para que os mais curiosos aceitassem pegar na batuta, mas agora é necessário prolongar os 40 minutos acordados para que todos os interessad­os possam experiment­ar. A iniciativa, gratuita, decorre até sábado, às 15.00 e às 17.00.

“É sempre preciso quebrar o gelo”, afirma ao DN Mirró Pereira, diretora artística do Andamento, uma iniciativa da Plateia Paralela. Ao todo, são sete as músicas que foram ensaiadas pelo grupo coral Os Joiku, composto por 18 jovens. No topo da escadaria de acesso ao Panteão Nacional, serão menos a revelar um repertório que inclui temas com velocidade­s diversas. O objetivo, explica a responsáve­l, é que os coristas sejam capazes de acompanhar qualquer maestro, independen­temente do andamento.

Rita Cudna não tem dúvidas de que, na sessão inaugural, foi a que se comportou pior. “Não percebo nada de música”, desabafa, entre risos, a aveirense de 22 anos, a visitar Lisboa com uns amigos. “Mas é engraçado”, garante, sem deixar de se comparar com outros temerários que aparentam ser verdadeiro­s maestros profission­ais.

“Nos ensaios que fizemos, houve pessoas que tinham um jeito natural”, recorda Mirró Pereira, um sorriso a assomar ao rosto quando se menciona que, afinal, parece ser o coro a comandar o maestro e não o oposto. “Eles tentam acompanhar, mas não conseguem mudar de repente”, justifica, antes de fazer um balanço positivo da estreia daquele que foi um dos quatros projetos escolhidos pela organizaçã­o das Festas de Lisboa’ 15 – a Empresa de Gestão de Equipament­os e Animação Cultural ( EGEAC) – para quatro escadarias da capital. Além do Andamento, que termina no sábado, é por agora possível caminhar até amanhã sobre a Ponte Luminosa concession­ada por Marcelo Dantas para a Fonte Monumental da Alameda D. Afonso Henriques.

“Vamos passar a palavra”, assegura satisfeita Diana Freitag, sem esconder o entusiasmo por, sem contar, ter tido a oportunida­de de dirigir um coro.

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