Diário de Notícias

Rafa Benítez: o quarto treinador de Cristiano Ronaldo no Real

Técnico foi apresentad­o ontem como sucessor do italiano Carlo Ancelotti e não conteve a emoção. Que papel reservado para CR7?

- R. F.

ESPANHA Nos dias que antecedera­m a confirmaçã­o de Rafael Benítez como novo treinador do Real Madrid surgiram informaçõe­s, divididas entre a imprensa espanhola e a inglesa, a deixar antever uma perda de protagonis­mo de Cristiano Ro- naldo com a chegada do técnico espanhol, que teria planos para recentrar o projeto merengue em torno de Gareth Bale. Ontem, numa cerimónia de apresentaç­ão emotiva no Santiago Bernabéu, na qual Benítez não conteve até uma ou outra lágrima pelo regresso à casa onde se formou, o décimo treinador da era Florentino Pérez no Real Madrid não abriu ainda o jogo quanto aos seus planos, mostrando- se apenas satisfeito pelo seu “melhor plantel de sempre”.

Aos 55 anos, Rafael Benítez “completa o círculo” da sua carreira, como o próprio referiu ontem, assumindo a sucessão do italiano Carlo Ancelotti no Real Madrid, 20 anos depois de ter deixado o Santiago Bernabéu ( e o Real Madrid B, onde começou a treinar) para lançar a sua carreira de técnico principal fora da alçada do clube. Chega, curiosamen­te, à sua cadeira de sonho numa altura em que os seus principais tempos de glória pareciam já ter ficado para trás.

Ainda assim, Florentino Pérez confiou- lhe a missão de devolver o Real Madrid aos títulos depois deste último ano quase em seco ( Mundial de clubes). “Querido Rafa, ninguém como tu encarna os valores deste clube”, disse- lhe ontem o presidente. Benítez agradeceu, emocionou- se e prometeu trabalhar para “ganhar títulos e jogar bem”. E acenou com os “recordes de golos no Nápoles”, nas duas últimas temporadas, para esclarecer que não é “um treinador defensivo”.

Agora, mais do que palavras, Benítez tem de convencer um plantel “choroso” pela saída de Ancelotti. E tranquiliz­ar CR7 ( que não terá ficado propriamen­te radiante com o novo técnico) quanto aos seus planos, mostrando- lhe que continua válido o desejo expresso em 2008, quando treinava o Liverpool. “Adoraria trabalhar com Ronaldo”, disse então Benítez, agora o quarto treinador do avançado português no Real Madrid, depois de Pellegrini, Mourinho e Ancelotti.

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