Diário de Notícias

Djokovic vence e acaba com reinado de Nadal

Sérvio impôs a segunda derrota da carreira do espanhol na terra batida de Paris, afastando o rival do 10. º título no torneio

- J OÃO RUEL A

Novak Djokovic bateu Nadal e vai defrontar Andy Murray nas meias- finais do torneio parisiense Rei deposto, mas não necessaria­mente morto. Rafael Nadal sofreu ontem a segunda derrota da carreira em Roland Garros, ao ser batido por Novak Djokovic nos quartosde- f i nal, eliminatór­ia marcada pelo fim da possibilid­ade de um tenista espanhol ser coroado campeão em Paris – David Ferrer foi afastado por Andy Murray, que vai encontrar o l í der da hierarquia mundial nas meias- finais.

Desde 2005, ano em que Nadal conquistou Roland Garros pela primeira vez, só em 2009 um tenista conseguiu travar o “touro enraivecid­o”. A proeza coube ao sueco Robin Soderling, que na final perdeu o título para Federer. Em 2010 regressou à final, a segunda da carreira no Grand Slam, mas a normalidad­e regressou a Roland Garros: Nadal foi campeão.

Ao l ongo dos nove títulos do maiorquino na terra batida de Paris, Djokovic ficou seis vezes pelo caminho aos pés do rival, inclusive nas finais de 2012 e 2014. Mas ontem, pela primeira vez, o sér vio afastou Nadal da possibilid­ade de alcançar o 10. º título em Paris e o 15. º em torneios do Grand Slam – melhor só Roger Federer, que foi batido por Wawrinka e já não poderá lutar pelo 18. º título.

Novak Djokovic, que luta pelo Career Slam ( vencer em Roland Garros, Wimbledon, Austrália e EUA), venceu o primeiro parcial por 7- 5, após ter quebrado os dois primeiros serviços de Nadal. O espanhol esboçou uma reação à entrada forte do sérvio, mas Djokovic foi implacável nos parciais seguintes, fechando o triunfo com 6- 3 e 6- 1.

Rafael Nadal reconheceu a superiorid­ade de Djokovic, mas deixou o aviso: vai regressar a Roland Garros para recuperar o seu cetro. “Hoje [ ontem] o Djokovic foi melhor e há que felicitá- lo. Aceito a derrota. Isto só significa que vou ter de trabalhar ainda mais do que antes para voltar mais forte. Espero competir novamente em Roland Garros e ganhar”, vincou o tenista, que completou ontem o 29. º aniversári­o, mas sem motivos para festejar.

Ao qualificar- se para as meias- finais, Djokovic garantiu um prémio de 450 mil euros, valor que dobra se for à final – e que voltará a dobrar se, pela primeira vez, vencer o torneio de Roland Garros, que terá forçosamen­te um novo campeão. Mas para um tenista que já superou os 70 milhões de euros em prémios de jogo tal não é o fator mais significat­ivo, mas sim o fim da ma- lapata frente a Nadal ( que ainda lidera com um saldo de 23- 21 no confronto direto).

“É um dia incrível. Estou muito feliz e quero continuar assim. Sabia que tinha de ser agressivo e de estar concentrad­o em cada ponto. Isso não é fácil de fazer contra um homem que só perdeu aqui uma vez”, sublinhou o líder do ranking ATP.

Curiosamen­te, apesar de só ao fim de 11 anos ter sofrido a segunda derrota em Paris, Rafael Nadal revelou que tem sempre dúvidas quanto ao seu sucesso. “Duvidei de mim nos 11 anos que joguei aqui. Ganhei nove vezes, perdi duas. As dúvidas são boas na vida. Alguns dias, as coisas correm bem, outros não. Quando defrontam um jogador que ganha quase cada encontro como o Novak e não são constantes, coisas assim acontecem”, justificou.

Andy Murray, que bateu David Ferrer por 7- 6 ( 7- 4), 6- 2, 5- 7 e 6- 1, tentará fazer o que nenhum tenista britânico na era Open conseguiu: ser campeão em Roland Garros. “Vou precisar de jogar um encontro de grande qualidade para ter uma hipótese”, reconheceu. O outro finalista sairá do embate entre Tsonga e Wawrinka.

No setor feminino, Serena Williams bateu a italiana Sara Errani ( 6- 1 e 6- 3) e vai defrontar a suíça Timea Bacsinszky. A norte- americana foi campeã em Paris em 2002 e 2013, enquanto Timea está pela primeira vez nas meias- finais de um grande torneio.

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