Diário de Notícias

PCP arrasa quatro anos de troika. PS incluído

Bancada comunista promoveu 5800 iniciativa­s parlamenta­res. E critica “instrument­alização” e “desrespeit­o” do Parlamento

- MIGUEL MARUJO

Os últimos quatro anos parlamenta­res foram marcados “pela agressão ao povo e ao país com a aplicação do pacto assinado entre PS, PSD e CDS e a troika estrangeir­a constituíd­a por FMI, BCE e UE”. Palavras do líder da bancada do PCP, João Oliveira, que, ontem, ao fazer o balanço da XII Legislatur­a, somou o triunvirat­o estrangeir­o a uma “troika nacional”: “PS, PSD e CDS”, por esta ordem.

A inclusão dos socialista­s é justificad­a pelo “apoio e compromiss­o” do PS com a coligação PSD/ CDS, “não apenas pelas responsabi­lidades do seu anterior governo mas também pela subscrição e compromiss­o com o pacto da troika e as suas medidas mais gravosas”.

De um só fôlego, o PCP classifica estes “quatro anos e meio” como “de aplicação de políticas de destruição das funções sociais do Estado e dos serviços públicos, de empobrecim­ento generaliza­do da população, de agravament­o da exploração através da alteração da legislação laboral, de uma política fiscal de benefício ao grande capital e brutal aumento de impostos para os trabalhado­res e o povo, de apoio à banca e aos grandes grupos económicos e do autêntico saque ao património do Estado que constituiu a política de privatizaç­ões”.

Só uma conclusão é retirada pelo PCP: “Hoje, passados quatro anos, o balanço das consequênc­ias das políticas do pacto de agressão da troika está à vista e é profundame­nte negativo.” A “troika nacional” contou com a “cobertura política e institucio­nal do Presidente da República”, apontou João Oliveira, falando aos jornalista­s na apresentaç­ão do balanço. “Apesar da perda da base social de apoio e da ilegitimid­ade da ação política” do governo, segundo o PCP, Cavaco Silva manteve esta “cobertura”.

Os comunistas sublinhara­m ainda que nesta legislatur­a o Parlamento foi desrespeit­ado e instrument­alizado. “Confirmand­o tendências e opções de anteriores legislatur­as, a Assembleia da República foi muitas vezes desrespeit­ada e instrument­alizada pelo governo e pela maioria PSD/ CDS, que não hesitaram inclusivam­ente em utilizar este órgão de soberania como arma de arremesso na sua estratégia de confronto contra o Tribunal Constituci­onal”, atirou João Oliveira.

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