PCP arrasa quatro anos de troika. PS incluído
Bancada comunista promoveu 5800 iniciativas parlamentares. E critica “instrumentalização” e “desrespeito” do Parlamento
Os últimos quatro anos parlamentares foram marcados “pela agressão ao povo e ao país com a aplicação do pacto assinado entre PS, PSD e CDS e a troika estrangeira constituída por FMI, BCE e UE”. Palavras do líder da bancada do PCP, João Oliveira, que, ontem, ao fazer o balanço da XII Legislatura, somou o triunvirato estrangeiro a uma “troika nacional”: “PS, PSD e CDS”, por esta ordem.
A inclusão dos socialistas é justificada pelo “apoio e compromisso” do PS com a coligação PSD/ CDS, “não apenas pelas responsabilidades do seu anterior governo mas também pela subscrição e compromisso com o pacto da troika e as suas medidas mais gravosas”.
De um só fôlego, o PCP classifica estes “quatro anos e meio” como “de aplicação de políticas de destruição das funções sociais do Estado e dos serviços públicos, de empobrecimento generalizado da população, de agravamento da exploração através da alteração da legislação laboral, de uma política fiscal de benefício ao grande capital e brutal aumento de impostos para os trabalhadores e o povo, de apoio à banca e aos grandes grupos económicos e do autêntico saque ao património do Estado que constituiu a política de privatizações”.
Só uma conclusão é retirada pelo PCP: “Hoje, passados quatro anos, o balanço das consequências das políticas do pacto de agressão da troika está à vista e é profundamente negativo.” A “troika nacional” contou com a “cobertura política e institucional do Presidente da República”, apontou João Oliveira, falando aos jornalistas na apresentação do balanço. “Apesar da perda da base social de apoio e da ilegitimidade da ação política” do governo, segundo o PCP, Cavaco Silva manteve esta “cobertura”.
Os comunistas sublinharam ainda que nesta legislatura o Parlamento foi desrespeitado e instrumentalizado. “Confirmando tendências e opções de anteriores legislaturas, a Assembleia da República foi muitas vezes desrespeitada e instrumentalizada pelo governo e pela maioria PSD/ CDS, que não hesitaram inclusivamente em utilizar este órgão de soberania como arma de arremesso na sua estratégia de confronto contra o Tribunal Constitucional”, atirou João Oliveira.