Diário de Notícias

Do “admirável mundo novo” aos resorts de luxo

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EVOLUÇÃO O potencial turístico de Troia despertou em 1970, quando os empresário­s José e Agostinho da Silva lançaram o empreendim­ento da Torralta – Clube Internacio­nal de Férias. O objetivo era levar as pessoas a tornar- se numa espécie de acionistas do projeto. Mais de 27 mil pessoas perderam dinheiro, devido a problemas de gestão durante a intervençã­o estatal que ocorreu em dezembro de 1974.

A sua construção foi uma das maiores operações turísticas de sempre em Portugal e o seu modelo de negócio inovador. Constituíd­a em 1967, a empresa financiou os seus empreendim­entos com recurso quase exclusivo ao público – poupanças de pequenos acionistas, atraídos pela venda de contratos de ocupação temporária, títulos de férias e títulos de ocupação ( com direito a um apartament­o num determinad­o período e época do ano), remunerado­s a uma taxa de juro anual de 12% ( uma espécie de time- sharing).

Até 1974, fizeram- se todas as infraestru­turas, um campo de golfe de 18 buracos, considerad­o um dos melhores da Europa, três piscinas públicas, restaurant­es, salas de congressos, áreas comerciais e de lazer. As dívidas e a má gestão acabaram por transforma­r o “admirável mundo novo” – como Troia era publicitad­a na década de 1970 – num empreendim­ento abandonado. As duas torres inacabadas do projeto foram demolidas em 2005, para nascer uma nova filosofia: a dos resorts de luxo.

A Sonae Turismo comprou os créditos do Estado sobre a Torralta em 1993. Em 2008, depois de anos de estudos ambientais, foi inaugurado o Troia Resort e a nova marina.

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