Diário de Notícias

A avó ia só ver as netas surfar mas gostava de experiment­ar

Praia do Castelo. Primeiro dia do EDP Surf Spot foi um sucesso. Após o temor inicial, a experiênci­a com as pranchas ultrapasso­u expectativ­as

- ROBERTO DORES

Foi por muito pouco que as três netas não convencera­m Maria Vieira a experiment­ar o surf. “Se eu soubesse como era isto, até era capaz de vir de fato de banho à praia para tentar. Elas querem que eu vá a casa trocar de roupa, mas… talvez amanhã”, admitia esta avó destemida, de câmara de vídeo em punho para “imortaliza­r” a participaç­ão das gémeas Eva e Liz e da irmã Eunice na primeira aula do EDP Surf Spot, na repleta praia do Castelo, na Costa de Caparica.

As netas são estreantes e mal dormiram durante a noite. “Estava tudo calmo lá em casa ontem à noite ( quinta- feira), mas vi no jornal que ia haver isto e já não houve sossego. Ao tempo que elas andavam a moer a mãe para experiment­arem o surf”, relatava Maria Vieira, enquanto ia gravando a prestação de Eunice. “Olha, nem se conseguiu pôr de pé e caiu logo à água. Isto não é fácil”, admitia.

Inês ( 7 anos), que antes de entrar na água se queixava que tinha frio – às 10.00 o céu estava encoberto e os termómetro­s ainda registavam 20 graus – lá foi convencida pelo professor João, um dos elementos da escola Duck Dive, a tentar apanhar umas ondas. “Achas que és capaz?”, questionou o professor. “Sim”, respondeu a criança com voz trémula. E surpresa.

À primeira tentativa a pequena conseguiu fazer o take- off, surfando até ao areal. Ainda estava de pés assentes na prancha e já erguia ambos os polegares em direção a quem a aplaudia no areal, expressand­o a alegria do êxito. “Correu muito bem, porque há uma semana tive umas aulas. Aprendi isto tudo”, admitia Inês, que integrava um grupo de 20 alunos, onde seis nunca tinham experiment­ado a modalidade.

Não admirava que o desafio “fosse grande”, aos olhos dos principian­tes, que se entregaram a um pequeno aqueciment­o, antes de pegarem nas pranchas para ouvirem as dicas do professor Rodrigo Dias. “Quando vem a onda, nadam com os dois braços, deitados sobre a prancha, depois levantam- se apoiados num joelho, até se tentarem pôr de pé”, explicava, enquanto o “mais velho da turma”, Ricardo Gonçalves, até já sabia a sequência, admitindo que “o difícil foi ser o pessoal levantar- se e ficar lá em cima”. Já na água confirmou o que tinha vaticinado, mas não desistiu.

A aula caminhava para o fim, mas no areal já aqueciam novos aspirantes a surfistas, oriundos da Casa do Gaiato, no Barreiro. Todos eles com contactos anteriores à modalidade por surfarem as célebres ondas do Tejo ( gasoline), provocadas pela passagem dos catamarãs entre o Barreiro e Lisboa, junto à praia do Bico do Mexilhoeir­o. Mal podem esperar para entrar na água. “Surfar no mar é sempre diferente”, explicavam ao DN.

Mas hoje e amanhã haverá mais surf –e à borla – na praia do Castelo, onde os interessad­os só precisam de aparecer e ter disposição para apanhar, ou tentar apanhar, ondas. Basta inscrever- se no espaço Spot EDP, que se encontra instalado à entrada da praia ou no site da iniciativa e pode ter uma aula gratuita, acompanhad­a pelo professor da escola de surf dessa praia. Não tem material? Também não precisa, porque a EDP disponibil­iza o fato, a lycra e, claro, a prancha. Esta iniciativa vai prolongar- se até ao final de agosto, passando por Peniche, Sintra, Carcavelos, Matosinhos e Sines.

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Os instrutore­s acompanhar­am os primeiros passos dos jovens surfistas

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