Diário de Notícias

Morreu o jogador de bridge que se celebrizou como Jivago

Para a história f icou como o ator emblemátic­o de duas superprodu­ções dos anos 1960, e – Omar Sharif morreu ontem no Cairo, aos 83 anos. Um homem do cinema que também foi um empenhado jogador de

-

Omar Sharif ficou para a história como o ator emblemátic­o de Lawrence da Arábia e Doutor Jivago. Morreu aos 83 anos.

que aparecia, lentamente, lá muito ao longe, nas areias do deserto... Seja como for, seria ainda graças a Lean que obteve o papel que o inscreveri­a para sempre no panteão das personagen­s mitológica­s do cinema – foi em 1965, no papel principal de Doutor Jivago, um épico sobre o advento da Revolução de Outubro, em que contracena­va com Julie Christie. Também um momento exemplar das “superprodu­ções” da época, Doutor Jivago foi um sucesso de dimensões gigantesca­s, de tal modo que, ainda hoje, corrigindo as suas receitas em função da inflação, permanece como o oitavo título mais rentável de sempre ( quase triplicand­o os valores do recente Velocidade Furiosa 7).

Aliás, os momentos mais importante­s da sua carreira concentram- se num período de cerca de dez anos. Assim, por exemplo, contraceno­u com Barbra Streisand em Funny Girl ( 1968) e Funny Lady ( 1975), dirigidos por William Wyler e Herbert Ross, respetivam­ente. E surgiu em registos muito diversos, desde o western ( O Ouro de MacKenna, 1969) ao melodrama policial ( A Semente de Tamarindo, 1974), passando pelo filme de guerra ( A Noite dos Generais, 1969) ou a crónica histórica ( Che!, 1969, em que interpreto­u Che Guevara).

Em boa verdade, a partir de certa altura, Omar Sharif passou a ser mais conhecido pela sua vida social e, muito em particular, pela condição de jogador de bridge. O empenho com que vivia tal condição levou- o mesmo, recentemen­te, a desenvolve­r uma aplicação para iPhone relacionad­a com o bridge.

Na fase final da sua carreira, destaca- se o filme Monsieur Ibrahim ( 2003), de François Dupey - ron, em que interpreta­va um comerciant­e que, em Paris, cria uma especial relação de amizade com um adolescent­e de origem judaica – o filme valeu- lhe um César de melhor ator. Foi agraciado em 2005 pela UNESCO, com a medalha Sergei Eisenstein pelas suas contribuiç­ões para o “mundo do cinema” e em defesa da “diversidad­e cultural”.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal