Diário de Notícias

Em quatro anos, um quarto dos alunos chumbou

SECUNDÁRIO Número de jovens que não passam ou desistem das disciplina­s mantém- se elevado. Só o 11. º ano consegue ficar abaixo dos 15%

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Os chumbos dos alunos são um dos maiores problemas da educação em Portugal. Um cenário que se agrava quando olhamos para o ensino secundário – que agora é obrigatóri­o – mas em que as taxas de retenção e de desistênci­as facilmente atingem e ultrapassa­m os 20%. Em quatro anos ( entre 2009 e 2013), 22% dos alunos do secundário chumbaram. Além de as retenções potenciare­m o insucesso, o custo financeiro também já tem sido sublinhado por entidades co mo o Conselho Nacional de Educação.

O ano de entrada ( 10. º) eo de saída ( 12. º ) são os piores nesta matéria. Se o primeiro está ligado à adapta- ção a um novo modelo de ensino, o segundo estará mais ligado ao facto de os professore­s ( ou a escola) convencere­m alunos com piores notas a anular a matrícula para não irem a exame como internos, estragando a média do desempenho da escola. Ou os próprios anulam por não terem nota interna suficiente para ir a exame e optam por arriscar fazer a disciplina na prova. Mesmo que anulem a matrícula, passam a contar para a estatístic­a dos chumbos.

Existem casos extremos como o de três escolas públicas da região de Lisboa, nos anos letivos 2009- 2010 e 2012- 2013, onde mais de metade dos alunos do secundário chumbaram. No último ano letivo que consta desta análise – na plataforma infoescola­s, que está acessível desde hoje – a taxa de retenção e desistênci­a nacional no 12. º ano foi de 36%. Estima- se que os chumbos custem 250 milhões por ano.

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