Vitória no contrarrelógio garante ao espanhol Gustavo Veloso o bi na Volta a Portugal
Ciclista galego foi o mais rápido no contrarrelógio entre Pedrógão e Leiria e deixou a segunda vitória consecutiva na prova portuguesa à distância de 132,5 km, a medida da etapa de consagração que hoje o levará até Lisboa
Gustavo Veloso vestiu a amarela ao terceiro dia, na segunda etapa que terminou com uma subida à serra do Larouco, e não a voltou a largar nesta Volta a Portugal que hoje termina em Lisboa, garantindo o bi na maior prova velocipédica portuguesa com a vitória mais tranquila deste século.
No último verdadeiro teste desta edição, ontem, o galego da W52- Quinta da Lixa confirmou o favoritismo num contrarrelógio individual feito “à sua medida” e reforçou a liderança. A celebração da sua segunda conquista consecutiva na Volta a Portugal está, pois, à distância dos meros 132,5 km que compõem a etapa de consagração, hoje, entre Vila Franca de Xira e a capital portuguesa, onde, salvo qualquer imprevisto trágico, Veloso subirá ao pódio instalado na Avenida da Liberdade.
Os 2.21 minutos que Gustavo Veloso apresenta de vantagem sobre o segundo classificado desta Volta, o português Jóni Brandão, são a maior distância entre os dois primeiros classificados desde que o português Vítor Gamito venceu a última Volta a Portugal do século XX, então com 3.53 minutos de diferença para o dinamarquês Claus Moller. Mas mais do que esta diferença na geral com que Veloso deverá chegar hoje a Lisboa, proporcionada sobretudo por um azar Delio Fernández no contrarrelógio de ontem –, o escudeiro de Gustavo Veloso, e segundo classificado até ontem, teve um problema com a bicicleta e perdeu muito tempo, caindo para fora do pódio final – impressionou sobretudo a forma como o campeão e a sua equipa controlaram esta Volta a Portugal quase de início a fim.
É preciso recuar até 2005 para encontrar outra edição da prova em que o vencedor tivesse vestido a amarela ao terceiro dia e a tivesse levado até ao fim. Na altura a proeza coube ao surpreendente russo Vladimir Efimkin, que geriu a vantagem ganha com uma fuga entre Lousã e Fundão, mas teve de suar para suster a luta árdua de Cândido Barbosa no resto da prova, com o português a acabar a menos de um minuto ( 54 segundos). Na altura, Barbosa venceu três etapas contra uma do russo.
Desta vez, Gustavo Veloso geriu como quis o seu segundo triunfo consecutivo na Volta a Portugal – apenas o oitavo da história a ganhar edições consecutivas na prova –, sem nunca dar sinais de fraqueza perante os rivais e ganhando duas etapas pelo caminho ( a de ontem e a6. ª , além de três segundos lugares e outros três terceiros).
Um domínio à imagem do da Team Sky no recente Tour, acenaram a Veloso no final do contrarrelógio. “Tinham de acrescentar muitos zeros ao orçamento da nossa equipa”, refutou o galego, para quem o dia de ontem foi “o primeiro da Volta em que no final já consigo respirar um pouco”, disse, aliviado e perante a perspetiva de repetir hoje a festa do ano passado.
E qual a vitória mais especial? A do ano passado ou esta? “Não sei dizer. No ano passado faltava o Marque [ Alejandro Marque, vencedor de 2013], neste ano estavam todos. Houve dias em que estive mal e pus boa cara, outros em que estava bem e fiz má cara. São táticas.” Resultaram.