Da candidatura de fação ao apelo dos reitores: Maria de Belém divide PS
Mais de cem personalidades públicas apelam à candidatura de Belém. Mas no PS acentuam- se as divisões
PRESIDENCIAIS Falem mal, mas falem. Esta também pode ser uma máxima aplicada a Maria de Belém. Apontada co - mo candidata à Presidência da República, a ex- presidente do PS tem visto o seu silêncio sobre o assunto – garante que só decide depois das legislativas – ser abafado por frequentes tiros dentro do seu próprio partido.
A candidatura de Maria de Belém “não tem condições, não cria dinâmica (...) Na minha avaliação terá uma derrota estrondosa, é óbvio”, observou ontem, em declarações à Lusa, o antigo deputado dos socialistas Vítor Ramalho, que já declarou o seu apoio à candidatura de Sampaio da Nóvoa.
Com o mesmo sentido crítico falou ao
João Serra, ex- chefe da Casa Civil do ex- presidente da República Jorge Sampaio: “É uma candidatura de fação partidária, feita contra o secretário- geral do PS, destinada a dividir o PS, a esquerda e os portugueses.” O comentário de Serra – apoiante de Nóvoa – termina com uma mensagem dirigida para o interior do partido: “As eleições presidenciais não são nem podem ser uma segunda volta das eleições primárias do PS” – nas quais Costa vence Seguro.
Com Maria de Belém no centro do fogo, não demorou a resposta do segurista António Galamba. Intitulado “Os Pseudoguardiões das Liberdades”, o ataque de Galamba fez- se ouvir na sua página do Facebook: “Há uns cidadãos que se julgam no alto critério de agir como se fossem guardiões das liberdades dos outros, uma espécie de notários que agem em função dos interesses conexos, das encomendas (...) E vai daí surgem nas páginas dos outros, a mandar recados, a tentar condicionar e a fazer os alegados fretes ao chefe (...) Vai daí, um desses Torquemadas de geometria variável afirma hoje que ‘ Maria de Belém não tem condições para ser a candidata da esquerda’.” A assistir de “longe” a esta guerra interna no PS, Maria de Belém continua, prudentemente, calada. E nem mesmo o apelo à sua candidatura, assinado por cem figuras de várias áreas da sociedade civil, entre elas os reitores da Universidade Nova de Lisboa, António Rendas, e do ISCTE, Luís Reto, lhe alteraram a estratégia. A decisão será anunciada em outubro. Maria de Belém não muda a estratégia e só
decide candidatura depois das legislativas