A filha de surfista que aprendeu depressa a surfar
Patrícia foi com o pai, um ex- surfista de Odivelas, e a irmã mais nova à aula do EDP Surf Spot. “Acho que encontrei o meu desporto”, comentou a adolescente de 14 anos
SÃO TORPES Desde que apanhou o susto da vida Higino Silva largou o surf. Já lá vão uns anos que “aquela onda gigante”, como a classifica, quase não o deixava viver para poder contar a história. Mas a vida tem destas coisas. Este fim de semana o ex- surfista de Odivelas reaproximou- se das pranchas, mas, desta vez, na qualidade de observador atento. É que as suas duas filhas estavam entre os cerca de 40 participantes em mais uma aula do EDP Surf Spot que iam tentar surfar as ondas da praia de São Torpes ( Sines).
E Patrícia, de 14 anos, deixou o pai orgulhoso. “Safou- se bem”, comentou ao DN, quando viu a a filha lograr fazer o primeiro take- off da vida logo à segunda tentativa. É verdade que foi à “boleia” de uma prancha de paddle, maior, com mais flutuação e, como tal, mais segura, mas foi o resultado final que entusiasmou Higino e Carla, a mãe que esteve sempre com os pés de molho à procura de conseguir a melhor fotografia da jovem.
“E que tal?”, questionámos Patrícia. “Foi muito bom. Não estava à espera de me conseguir pôr de pé tão depressa”, admitia a nova surfista, admitindo que “talvez” o facto de praticar bodyboard há três anos, mesmo sem os pés de pato e fato, a poder ter ajudado nesta primeira experiência.
“Vim aqui quase por acaso, porque estamos cá de férias, mas valeu muito a pena. Acho que encontrei o meu desporto”, admitia já junto aos pais, enquanto a pequena Tatiana, a sua irmã de 9 anos, apresentava- se a tremer de frio e com resultados mais modestos, mas toda ela eram sorrisos, que testemunhavam a diversão ao longo de quase uma hora. “Não consegui. As ondas e aquilo fazem assim umas coisas. Não sei bem explicar.” Está explicado.
Consciente do dever cumprido, Rafael, 33 anos, uns dos menos novos do grupo dos aspirantes a surfistas, congratulava- se por ter logrado fazer um take- off. Foi após várias tentativas e sucessivas quedas que lá conseguiu pôr- se de pé na prancha e surfar uns metros. Valeu a insistência e a dica para que pusesse o corpo para a frente, conjugando a perna esquerda com o ombro direito.