Diário de Notícias

Ministro em maus lençóis após receber Rodrigo Rato

Gabinete do responsáve­l pelas polícias defende que encontro foi de amizade. Oposição quer ouvir as explicaçõe­s de Díaz

- A. M.

ESPANHA O PSOE e a UPyD pediram a comparênci­a do ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, no Congresso dos Deputados para que o governante explique o teor da reunião que teve com Rodrigo Rato, ex- dirigente do PP acusado de crimes como branqueame­nto de capitais e fraude. O encontro, que durou cerca de duas horas, realizou- se no gabinete de Díaz a 29 de julho, dias depois de Rato comparecer em tribunal.

Isabel Rodríguez, vice- presidente adjunta do grupo parlamenta­r do PSOE, defendeu ontem que a pessoa encarregad­a da segurança do Estado não pode receber no seu ministério alguém suspeito de ter cometido crimes e questionou se Fernández Díaz tem o mesmo comportame­nto com pessoas na mes ma situação de Rato mas que não são do PP. Em declaraçõe­s ao jornal El Muna socialista referiu ainda que se o ministro do Interior não apresentar aos deputados “poderosas razões” para o encontro deverá “demitir- se ou ser demitido”, a situação que lhe permitirá receber “em sua casa” quem bem entender.

Na mesma linha, Rosa Díez, da UPyD, declarou ontem, através do seu Twitter, que está “à espera de uma demissão ou afastament­o”. “Proteger delinquent­es não é tarefa do ministro do Interior”, escreveu.

Já a Associação da Guardia Civil exigiu ontem a demissão de Jorge Fernández Díaz por causa da reunião com Rodrigo Rato, que descrevem como uma pessoa “que protagoniz­ou um dos casos de corrupção que maior alarme social causou no nosso país”, refere em comunicado.

A notícia da reunião entre Jorge Fernández Díaz e Rodrigo Rato foi avançada pelo El Mundo este sábado. De acordo com o jornal, o encontro teve lugar a 29 de julho no gabinete do ministro e terá sido pedido pelo ex- presidente do Bankia.

Fontes do Ministério do Interior explicaram ainda ao El Mundo que a reunião durou cerca de duas horas num ambiente de grande “cordialida­de” e classifica­ram- na como uma questão do plano da amizade, pois os dois conhecem- se há muitos anos. E reforçaram também o facto de que a investigaç­ão a Rato não está nas mãos das forças policiais pertencent­es ao ministério – Polícia Nacional e Guardia Civil –, mas sim da Agência Tributária.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal