Diário de Notícias

Quem é Carole Walker, a jornalista viral da semana?

Pivô da estação pública de TV britânica tem uma carreira de três décadas e, apesar da gaffe, é elogiada pelos seus colegas de profissão

- C A ROLI NA MORAIS

A jornalista britânica de 54 anos já cobriu a queda da União Soviética, as guerras do Golfo e da Somália Quando se trata de televisão em direto, é raro o jornalista, por mais profission­al que seja, que escape a uma ou outra situação embaraçosa. Carole Walker, pivô da BBC, foi nesta semana apanhada completame­nte despreveni­da enquanto tirava a escova do cabelo da sua mala e se penteava antes de dar início ao noticiário. Isto porque o programa teve de ir para o ar quatro minutos antes do previsto, depois de o segmento Business Live ter terminado.

Ao aperceber- se de que as câmaras já emitiam a luz vermelha e de que a música do programa acabava de tocar, Walker rapidament­e arrumou a escova e, ainda com a mala em cima da mesa, começou a ler o teleponto, como se nada se tivesse passado. Certo é que esses es- cassos segundos de distração não passaram em branco aos espectador­es e resultaram em quase meio milhão de visualizaç­ões no You - Tube, com várias fontes a partilhar o mesmo vídeo. As redes sociais também se encheram de comentário­s sarcástico­s ao sucedido e um, em especial, veio do jornalista Bar - ry Malone, da Al Jazeera. “Que suave. A Carole Walker da BBC foi apanhada no ar a pentear o cabelo, mas nunca perde a compostura”, escreveu no Twitter. Incomodada por este incidente ter minado, de certa forma, a sua reputação irrepreens­ível, Carole Walker respondeu à letra, a este e outros comentário­s: “Fui surpreendi­da por ter de começar o programa quatro minutos mais cedo!” A sua colega, Louise Stewart, saiu em sua defesa, sublinhand­o que não esperava nenhuma outra reação da jornalista senão a de imediatame­nte retomar o seu lugar, sem deixar que a situação interferis­se com o noticiário. “É uma profission­al consumada”, escreveu na mesma rede social.

Note- se que a repórter é uma das veteranas da BBC, com 30 anos de serviço prestado, destacando- se por ter feito a cobertura de todos os maiores eventos políticos de Westminste­r desde 1997, assim como a queda da União Soviética, a Guerra do Golfo e as guerras civis na Somália e nos Balcãs. Hoje com 54 anos e mãe de dois filhos, a correspond­ente política é também respeitada por defender a igualdade de direitos das mulheres no trabalho, tendo criticado abertament­e, em abril de 2011, o então diretor- geral da BBC, Mark Thompson, por não impedir a atitude hostil da empresa com as mulheres, acusando- o ainda de ter falhado a promessa de lhe dar mais tempo de antena como apresentad­ora.

Mas o deslize de Carole Walker não é caso único na BBC e chegou, aliás, poucos dias depois de o jornalista desportivo Chris Mitchell, apresentad­or do formato Sports Today, se ter despedido dos espectador­es no final de uma emissão e ter sido filmado, estranhame­nte, a usar um iPad imaginário. E se tivermos em conta o que acontece em plenas emissões em direto, boas histórias não faltam. Veja- se o caso do pivô Simon McCoy, conhecido pelo seu sentido de humor e impulsivid­ade em frente das câmaras, e que neste ano protagoniz­ou um dos mais insólitos momentos nos ecrãs da BBC, ao apresentar um segmento de notícias completo com uma resma de papel A4 nas mãos. Mais tarde, o jornalista explicou que terá pegado nesse pacote por engano, em vez do seu iPad. Uma porta- voz do canal também se chegou à frente para justificar a situação. “Nesta manhã, enquanto o Simon McCoy se preparava para apresentar uma história, em vez de pegar no seu tablet para o ter consigo na emissão, pegou por engano numa resma de papel que estava mesmo ao lado. Com o ritmo das notícias em direto, ele não teve oportunida­de de trocar os objetos, por isso decidiu, simplesmen­te, ir em frente.”

Outro dos famosos descuidos de McCoy aconteceu em março deste ano, quando anunciou, acidentalm­ente, que o segundo filho do príncipe William e Kate Middleton seria um rapaz, apressando- se depois a corrigir- se e a confessar, em tom humorístic­o, que não fazia a mínima ideia qual era o sexo do bebé.

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