Diário de Notícias

Sporting foi bem melhor. Benfica ainda não saiu das boxes

Golo de ressalto definiu um justo vencedor; águias sem Luisão, com Nelson Semedo e duplo trinco só “viveram” de Gaitán

- MANUEL QUEI ROZ

O Sporting de Jorge Jesus ganhou o primeiro troféu da época – 1- 0 ao Benfica, no Estádio Algarve, ontem à noite. O leão foi mais forte do que um Benfica muito limitado, marcou um golo de sorte ( tiro de Carrillo a desviar nas pernas de Teo Gutierrez), é certo, mas essa foi a quarta oportunida­de da equipa no segundo tempo e só estavam jogados ainda oito minutos depois do intervalo. Acresce que teve ainda um golo mal anulado a Teo, ainda que os benfiquist­as se queixem de que Carrillo terá feito grande penalidade sobre Gaitán já com o Sporting à frente.

Foi a oitava vitória do Sporting na Supertaça e a equipa mostrou já um estilo bem definido, procurando o golo e entrando logo muito forte e determinad­o, criando problemas e dúvidas no adversário.

Rui Vitória não fez a vontade a Jorge Jesus – ou até pode ter feito… Jogou em 4- 2- 3- 1, com que Jesus teve algumas derrotas hist óricas, com Jonas só na f rente, Gaitán e Ola John nas alas e um Talisca sempre distante de tudo, mas com Samaris e Fejsa na cabina de direção.

Ah, e havia Nelson Semedo a lateral- direito, apesar do número de equipa B ( era o 50), na surpresa da noite e que viria a estar logo num lance polémico. Sem Luisão, Lisandro e Jardel assegurava­m o serviço central da defesa, uma defesa que começou mal, atarantada, mas conseguiu reagir.

Um Sporting a entrar de gás aberto, no 4- 4- 2 já com variantes ( Carrillo e Bryan Ruiz a aparecerem por dentro), procurando impor um ritmo alto numa noite algarvia muito quente.

Um jogo de intensidad­e alta, de ritmo elevado imposto pelo Sporting inicialmen­te, e mais baixo quando foi o Benfica a comandar ( também teve os seus períodos). Um lance muito polémico: aos 24’, canto de Jefferson à esquerda, Naldo a ganhar ao segundo poste, para Teo dominar e matar fazendo golo. Anulado por Bertino Miranda, o melhor árbitro- assistente do mundo, segundo Collina. Mas erradament­e. O colombiano era posto em jogo por Nelson Semedo e Ruiz estaria em posição ilegal mas sem interferên­cia.

O Benfica aparecia muito dependente de Gaitán, que ia tirando cartões amarelos aos adversário­s ( quatro! Carrillo, João Pereira, Slimani e Adrien!) mas no resto só de bola parada – num canto de Gaitán, Jonas cabeceou ao lado. Jonas sozinho na frente foi curto, porque Talisca fez figura de corpo presente durante quase uma hora. Até entrar Pizzi, bem tarde.

Jesus conseguiu resolver bem a falta de William, com Adrien e João Mário, sendo que o primeiro jogava um pouco mais atrás, enquanto o segundo tinha mais liberdade. E claro, explorou como pôde o lado direito da defesa do Benfica com Jefferson e Bryan Ruiz ( e depois entrou Mané, fresco… Jesus não dorme, Rui Vitória distraiu- se, parece- me). Jefferson tem mais responsabi­lidades, marca os cantos todos, cruza sempre tenso. Bom jogo do brasileiro.

O Benfica está ainda atrasado – em várias coisas. Desde logo em jogadores ( e se Gaitán sair, então…), basta ver que Mitroglou teve de entrar. Tal como Gonçalo Jogadores do Sporting fizeram a festa no Algarve, ao conquistar­em a oitava Supertaça do clube após derrotarem o rival Benfica por 1- 0, num jogo marcado pela evidente supremacia leonina. No primeiro reencontro entre Jorge Jesus e as águias, o técnico assumiu protagonis­mo e saiu por cima

Jesus resolveu bem a falta de William, com Adrien e João Mário

Guedes, na parte final, um bom jogador mas sobreavali­ado por alguma crítica, provavelme­nte. Jesus disse que o Benfica teve medo do Sporting e o certo é que a equipa não entrou confiante e teve muitos momentos maus, sobretudo na segunda parte, muito fraca.

Se na primeira parte, os leões tinham sido melhores, na segunda foram muito melhores e fizeram um assalto à mão desarmada sobre a área de Júlio César até marcarem um golo. Demoraram oito minutos, num contra- ataque breve em que os médios centrais do Benfica foram passados com facilidade na aceleração. O remate foi de Carrillo, a bola desviou na perna de Teo e Júlio César ficou batido sem apelo.

Faltava mais de meia hora, mas deu logo ideia de que a coisa podia estar resolvida, porque o Benf i ca não chegava l á, nem ti nha força para isso.

Acabou por ter um golo anulado ( bem) por for a- de- jogo e falta de Lisandro num livre, teve o tal lance em que Gaitán entrou pela quina da área e acabou a chocar com Carrillo – não me chocaria se Jorge Sousa marcasse o penálti, pareceu- me aceitável que não o tivesse feito porque não foi um lance claro.

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