Diário de Notícias

Uma romaria que terminou com a bênção de Jesus

O dérbi era de alto risco, mas terminou sem incidentes graves e em festa para os leões com J. J. a concentrar todas as atenções

- S É RGI O PI R E S

O dérbi tinha estatuto de jogo de alto risco, mas foi uma festa. De todos, antes e durante boa parte dos 90 minutos, e sobretudo dos sportingui­stas, após o final do jogo que valeu a conquista da oitava Supertaça Cândido de Oliveira.

“Quem ganhou o jogo foi o J. J.”, dizia à saída do estádio, logo após a partida, um dos raros adeptos encarnados que deram o flanco após o triunfo do rival. A maioria, em vésperas do arranque da Liga, preferiu o discurso prudente, de apoio à equipa.

Do lado do Sporting o discurso salientava a motivação de vencer o primeiro troféu disputado nesta temporada: “Jesus cumpriu a sua palavra. Estamos vivos!”

No reencontro com o Benfica, que orientou durante as últimas seis épocas, não havia como Jesus deixar de t er os f ocos sobre si . O nome do novo técnico dos leões foi sonorament­e vaiado quando anunciado nos altifalant­es do estádio, ainda antes do início da partida, o que provocou sorrisos entre o presidente Bruno de Carvalho e o médico leonino Frederico Varandas, mas já no período de descontos, foi ele quem decidiu virar- se para as bancadas e puxar pelo apoio dos adeptos leoninos. Após o apito final, Jesus ergueu os braços e protagoniz­ou um episódio mais quente, com apertos entre jogadores e equipas técnicas das duas equipas, quando deu uma palmada no seu ex- jogador Jonas como que para cumpriment­á- lo.

“Jesus foge da capela para o maior santuário do mundo”, lia- se numa tarja trazida por uma das claques leoninas.

Os protestos da bancada marcaram também o jogo quando o Benfica teve motivos para reclamar da arbitragem de Jorge Sousa. Duas tochas foram atiradas para o relvado quando Gaitán caiu na área derrubado por Carrillo ( 60’) e foi também lançada uma cadeira quando Jonas atirou a bola para o fundo das redes num lance em que já tinha sido assinalado fora de jogo.

Pequenos incidentes numa Supertaça que começou muito antes do apito inicial no relvado do Estádio Algarve com uma romaria que j untou quase em par t es i guais 28 700 adeptos nas bancadas. Uma lotação esgotada que obrigou a cuidados extra. A começar pelas vias de acesso – na A2 as paragens nas áreas de serviço estavam predestina­das para benfiquist­as ( Alcácer do Sal e Aljustrel) e sportingui­stas ( Grândola e Almodôvar) – e a terminar nos setores do estádio – topo norte para os leões e topo sul para as águias. O dispositiv­o de segurança com meio milhar de polícias funcionou “como planeado” numa operação que “não registou incidentes”, disse fonte da GNR. O secretário- geral do PS, António Costa, juntou- se a Luís Filipe Vieira, Fernando Santos e Joaquim Oliveira na bancada presidenci­al do Estádio Algarve para assistir à Supertaça Cândido de Oliveira. Fora do recinto, apesar das medidas de segurança, adeptos rivais confratern­izaram e receberam em festa os autocarros das duas equipas

JOSÉ BANDEIRA

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