Diário de Notícias

Festa no coração de Lisboa com saudades da Volta em todo o país

Avenida da Liberdade teve enchente de pessoas e entusiasmo. Mesmo não conhecendo corredores atuais, deu para reavivar memórias

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FESTA A cerca de duas horas da chegada dos ciclistas ao coração da capital, eram maioritari­amente turistas quem frequentav­a a Avenida da Liberdade, entretidos com uma longa feira de artesanato bem portuguesa. “É uma corrida com bicicletas, acho eu”, afirmava uma turista sobre o folclore em redor.

Sim, era. A festa da Volta, que continua a atrair imensa gente ao centro da capital portuguesa a cada final. Ontem, o público começou por concentrar- se nas imediações da rotunda do Marquês de Pombal e no Parque Eduardo VII, onde filas intermináv­eis de gente ignoravam o calor abrasador para participar nas atividades festivas ou esperar um qualquer jogo ou brinde nas várias tendas dos patrocinad­ores.

À chegada do Passeio da Volta, com mais de 400 participan­tes amadores, a reta da meta começou a encher de populares. “Lembro- me das chegadas a Alvalade e de passarem na Calçada de Carriche. Estar aqui faz- me recordar esses tempos”, afirmou Manuel Costa, lisboeta de 62 anos.

Maria João Vitorino, natural de Loulé, mas agora no Ribatejo, lembra- se de quando a Volta passava na sua terra. “Era uma festa. Loulé é a terra do ciclismo. Mas agora a Volta não passa lá. E tenho a certeza de que as pessoas têm pena. Por- que se os ciclistas passarem na sua zona ou distrito, as pessoas adoram e deslocam- se”, lamentou.

A prova de que a festa da Volta não morre estava presente no entusiasmo de um grupo de 19 pessoas, com o nome do Alhandra Sport Clube estampado nas costas.

Dos 10 aos 64 anos, inclusivam­ente com três gerações dentro do grupo, o elemento mais velho, Francisco Vitorino, relembrava as memórias mais felizes. “Lembro- me bem do [ Joaquim] Agostinho, das chegadas ao Campo Grande e das perseguiçõ­es em pista”, recordou, com saudosismo. O nome do atual campeão? Isso pouco importa. De sorriso no rosto, chapéu na cabeça e balão na mão, Lisboa saiu à rua para saudar a “velhinha” mas importante prova nacional.

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