Costa puxa homens de confiança da câmara para a campanha
Legislativas. Cartazgate afasta Ascenso Simões e leva António Costa a recrutar Duarte Cordeiro, vice- presidente da Câmara Municipal de Lisboa e homem do seu núcleo mais restrito de operacionais. Francisco César, filho do presidente do partido, junta- se
Apanhado por uma crise interna que assumiu dimensões abso - lutamente inesperadas, Antó nio Costa tenta repor a tranquilida de interna recrutando para diretor de campanha, devido à demis são de Ascenso Simões, um quadro do PS que i ntegra há muito o seu núcleo mais restrito de operacionais.
Duarte Cordeiro, vice- presidente da Câmara de Lisboa, faz parte de um grupo informal de dirigentes do partido genericamente designado como dos “jovens turcos” apoiantes de Costa. Outros nomes são os de Ana Catarina Mendes ( cabeça de lista do PS em Setúbal), João Galamba ( deputa- do), Marcos Perestrello ( deputado, líder da distrital de Lisboa do PS), Pedro Delgado Alves ( deputado), Pedro Nuno Santos ( deputado, cabeça de lista do PS em Aveiro). Foi a esse grupo que António Costa foi buscar o seu sucessor na presidência da Câmara de Lisboa, Fernando Medina.
A hierarquia da campanha socialista integrará também – mas isso já estava previsto antes da demissão de Ascenso – um quadro jovem do partido, Francisco César, deputado regional nos Açores, filho do presidente do partido, Carlos César. Cordeiro e César são amigos e têm, juntos, muitos quil ómetros de campanhas nacionais do PS no currículo.
A escolha de Duarte Cordeiro para diretor de campanha foi revelada pela direção do PS minutos depois de Ascenso Simões ter anunciado na sua página no Facebook que comunicara ao secretário- geral a sua “decisão de cessar as funções de diretor de campanha”. “Quem é responsável por uma máquina deve assumir todas as falhas que ela demonstra, deve tirar ilações de tudo o que, publicamente, se reconhece como erro”, acrescentou. “Tenho um passado que não quero manchar, tenho pelo meu partido de mais de 35 anos um dever de lealdade. E tenho pelo meu país o respeito de sempre ter fei - to política assumindo todas as responsabilidades de a fazer com elevação e com decência. Fico agora mais livre para ser um simples militante que tudo vai fazer para que o PS se consagre como uma verdadeira força de progresso e de modernização da economia portuguesa.”
Ascenso Simões, um quadro do PS da geração de António Costa – foi seu secretário de Estado no Ministério da Administração Interna –é o cabeça de lista do PS em Vila Real. Para voltar à vida partidária teve de se afastar há semanas da administração da ERSE ( Entidade Reguladora do Setor Energético), onde estava desde 2010.
Sendo que os “casos” dentro da campanha do PS já vinham a acumular- se há quase dez dias, quando o DN deu conta da contestação interna a um cartaz feito pelo publicitário que trabalha para a campanha, Edson Athayde, a verdade é que a demissão de Ascenso Simões surgiu como algo surpreendente. Isto porque, cerca de 24 horas antes, o próprio tinha colocado um post no Facebook explican - do como funciona em situações de crise: “Penso saber gerir a emergência, saber manter a calma quando os outros a perdem, saber valorizar quem fica abatido, integrar quem vem dar uma nova força. A minha vida não tem sido outra coisa – seguir em frente quando tudo parece menos fácil, assumindo as responsabilidades de quem tem a honra do comando. Tenho uma dimensão do tempo e do espaço diferente da da maior parte das pessoas. Isso permite relativizar cada passo, cada insucesso e cada sucesso. Permite, em suma, assumir o fio condutor
Toda a campanha do PS será agora centrada em António Costa