Diário de Notícias

Gustavo Veloso repete a vitória na Volta a Portugal: “É como um jogo de póquer mas com muito mais gente”

Gustavo Veloso repete a vitória do ano passado. Aos 35 anos, não pensa em ir atrás do recorde do compatriot­a Blanco

- RUI S A LVA DOR

“É um jogo de póquer, mas com muito mais gente”, disse entre risos o vencedor da Volta a Portugal 2015 ( e 2014), Gustavo Veloso. Visivelmen­te bem- disposto, o ciclista galego comentou assim o desfecho de mais uma edição da prova- rainha do ciclismo português, admitindo que a estratégia da equipa W52Quinta da Lixa mudou relativame­nte ao ano passado, com a entrada do novo diretor desportivo, Nuno Ribeiro, também ele um ex- vencedor de uma edição enquanto ciclista.

Admitindo que venceu a Volta “a pouco e pouco”, não descurando a “importânci­a das bonificaçõ­es que tornaram a corrida mais interessan­te”, Gustavo Veloso salienta que a chegada triunfal a Lisboa não é fruto do acaso. “Ninguém ganha Voltas sem sacrifício­s. E não só meus, como da minha família. Agora só quero festejar e ser feliz. Não ambiciono mais nada, não quero luxos, apenas a minha família e eu”, disse, emocionado.

Agora com duas vitórias consecutiv­as na Volta a Portugal, o galego não pensa a longo prazo, apesar de ter planos já no horizonte. Uma das coisas que, garante, não estão no pensamento é alcançar as cinco vitórias do amigo e compatriot­a David Blanco, recordista da Volta.

“Acabei de ganhar a segunda [ Volta a Portugal], não faz sentido pensar em cinco. Além disso, já tenho 35 anos, não sei quanto mais tempo serei profission­al. O que tiver de acontecer, acontecerá”, realçou com tranquilid­ade. Porém, Gustavo Veloso, natural de Villagarcí­a de Arousa, na Galiza, confessou um desejo: “O que mais gostaria era de formar jovens atletas. Criar uma equipa na minha terra.”

Importante nas duas vitórias de Veloso foi o fiel escudeiro Delio Fernández, quarto da geral deste ano, que não poupa elogios ao colega. “É uma pessoa muito generosa e bom colega. Acima das qualidades desportiva­s estão as que tem enquanto homem”, afirmou o corredor, que admitiu ter chegado a Portugal para ser líder da equipa. “Queria ser chefe de fila, mas sabia que o Gustavo era favorito. Respeito- o muito e ele foi mais forte. Acabei por ajudá- lo e estou muito feliz, só faltou o pódio”, acrescento­u.

Nuno Ribeiro, diretor da W52- Quinta da Lixa, também salientou as qualidades do espanhol, “pacífico e um homem de confiança”, disse. E Samuel Caldeira, corredor da mesma equipa, não destoa do tom generaliza­do quando é para falar do campeão da Volta. “Tranquilo e responsáve­l”, salienta sobre Veloso, que prolongou neste ano o domínio galego que se estende sobre a Volta a Portugal há quatro anos consecutiv­os . Contrarrel­ógio em 2016 No balanço final, o diretor da prova, Joaquim Gomes, era um homem revoltado com a cobertura mediática desta Volta a Portugal: “É vergonhoso olhar para a capa de um jornal desportivo e não ver a cara do camisola- amarela.” Gomes anunciou ainda que a última etapa em 2016 vai ser um contrarrel­ógio entre Vila Franca de Xira e Lisboa.

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