Diário de Notícias

Leal da Costa e a propaganda eleitoral

- MIGUEL GUIMARÃES Presidente da Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos

Arecente entrevista do secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde ( SEAMS) ao Diário Económico vem mais uma vez demonstrar o vazio e a miséria do ministér i o que i ntegra em política de saúde.

Saberá o SEAMS que Portugal é um dos países da Europa em que os médicos têm salários mais baixos?

É preciso apostar mais nos recursos humanos do que nos recursos tecnológic­os? Mas então só agora é que entendeu? Ou foi por ouvir dizer? Claro, estamos de acordo, em primeiro lugar as pessoas.

Quais são os medicament­os que o Estado pagou cuja eficácia não está demonstrad­a?

Porque é que 1,2 milhões de utentes não têm médico de família?

Quais são as verdadeira­s razões que levaram muitos médicos a pedir a reforma antecipada?

Quais são os países europeus em que a formação médica é mais curta do que em Portugal?

A qualidade da formação médica em Portugal é boa ou má? Porque é que os outros países tentam recrutar médicos em Portugal?

Consegue explicar aos portuguese­s porque é que o ano comum é essencial para a forma-

ção de um médico? Não quer aproveitar para explicar porque é que em Portugal ainda não existe um 6. º ano nos cursos de Medicina que seja verdadeira­mente profission­alizante? E já agora o que é que acontece nas outras profissões?

Qual é o número de médicos que Portugal tem por mil habitantes? É maior ou menor do que o que existe nos países europeus ou nos países da OCDE?

Quantos estudantes de Medicina é que estão neste momento em formação no nosso país? Ou em alternativ­a, qual é o número de estudantes de Medicina que Portugal tem por mil habitantes? É maior ou menor do que o que existe nos países europeus ou nos países da OCDE?

Quais são as condições que de- vem ser exigidas para a existência de faculdades de Medicina públicas ou privadas? Será que as faculdades de Medicina públicas não são suficiente­s para formar o número de médicos necessário­s? Será que já não existem cursos de Medicina em excesso? A existência de cerca de 1900 estudantes de Medicina por ano já não ultrapassa largamente as necessidad­es previsiona­is de 1500 apontadas em todos os estudos credíveis e independen­tes até agora realizados?

Será que a Medicina só está a ser ensinada em grandes hospitais centrais?

Porque é que não existem mais médicos em dedicação exclusiva?

Porque é que não explica aos portuguese­s o motivo pelo qual a terapêutic­a inovadora é tão cara? E já agora, quais as medidas ado- tadas para inverter o custo elevado do circuito da investigaç­ão?

Porque é que não são divulgados os verdadeiro­s números da ADSE?

Finalmente, afirma que o programa da maioria não será um programa com a “descoberta da pólvora”? Por favor explique aos portuguese­s o que significa isto?

E já agora aproveite para explicar aos portuguese­s porque é que, perante as suas afirmações de insuficiên­cia durante quatro anos, ainda não fez nada?

E também, porque é que a maioria das pessoas tem a perceção de que a Saúde está em decadência acelerada, como o demonstram os vários estudos que têm sido realizados a nível nacional e internacio­nal?

Lamentável.

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