Leal da Costa e a propaganda eleitoral
Arecente entrevista do secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde ( SEAMS) ao Diário Económico vem mais uma vez demonstrar o vazio e a miséria do ministér i o que i ntegra em política de saúde.
Saberá o SEAMS que Portugal é um dos países da Europa em que os médicos têm salários mais baixos?
É preciso apostar mais nos recursos humanos do que nos recursos tecnológicos? Mas então só agora é que entendeu? Ou foi por ouvir dizer? Claro, estamos de acordo, em primeiro lugar as pessoas.
Quais são os medicamentos que o Estado pagou cuja eficácia não está demonstrada?
Porque é que 1,2 milhões de utentes não têm médico de família?
Quais são as verdadeiras razões que levaram muitos médicos a pedir a reforma antecipada?
Quais são os países europeus em que a formação médica é mais curta do que em Portugal?
A qualidade da formação médica em Portugal é boa ou má? Porque é que os outros países tentam recrutar médicos em Portugal?
Consegue explicar aos portugueses porque é que o ano comum é essencial para a forma-
ção de um médico? Não quer aproveitar para explicar porque é que em Portugal ainda não existe um 6. º ano nos cursos de Medicina que seja verdadeiramente profissionalizante? E já agora o que é que acontece nas outras profissões?
Qual é o número de médicos que Portugal tem por mil habitantes? É maior ou menor do que o que existe nos países europeus ou nos países da OCDE?
Quantos estudantes de Medicina é que estão neste momento em formação no nosso país? Ou em alternativa, qual é o número de estudantes de Medicina que Portugal tem por mil habitantes? É maior ou menor do que o que existe nos países europeus ou nos países da OCDE?
Quais são as condições que de- vem ser exigidas para a existência de faculdades de Medicina públicas ou privadas? Será que as faculdades de Medicina públicas não são suficientes para formar o número de médicos necessários? Será que já não existem cursos de Medicina em excesso? A existência de cerca de 1900 estudantes de Medicina por ano já não ultrapassa largamente as necessidades previsionais de 1500 apontadas em todos os estudos credíveis e independentes até agora realizados?
Será que a Medicina só está a ser ensinada em grandes hospitais centrais?
Porque é que não existem mais médicos em dedicação exclusiva?
Porque é que não explica aos portugueses o motivo pelo qual a terapêutica inovadora é tão cara? E já agora, quais as medidas ado- tadas para inverter o custo elevado do circuito da investigação?
Porque é que não são divulgados os verdadeiros números da ADSE?
Finalmente, afirma que o programa da maioria não será um programa com a “descoberta da pólvora”? Por favor explique aos portugueses o que significa isto?
E já agora aproveite para explicar aos portugueses porque é que, perante as suas afirmações de insuficiência durante quatro anos, ainda não fez nada?
E também, porque é que a maioria das pessoas tem a perceção de que a Saúde está em decadência acelerada, como o demonstram os vários estudos que têm sido realizados a nível nacional e internacional?
Lamentável.