Diário de Notícias

Deco recebe 5993 queixas sobre mudanças na luz e no gás

As mudanças de operador, de eletricida­de ou de gás, originaram um aumento de 5,9% de queixas em relação ao ano passado

- ANA BAPTISTA

RECLAMAÇÕE­S A Deco recebeu, entre janeiro e julho deste ano, um total de 5993 reclamaçõe­s sobre o processo de mudança de operador de eletricida­de e gás, tanto do mercado regulado para o mercado livre, como dentro do próprio mercado livre. Um número que é 5,9% superior ao registado nos primeiros sete meses de 2014. De acordo com esses mesmos dados, a maior parte das queixas, mais precisamen­te 4492, foram relativas a operadores de eletricida­de, o que é mais 1,3% do que no mesmo período do ano passado. E as restantes 1501 dizem respeito ao gás natural, o que significa um aumento de 23% também face aos sete meses de 2014.

Este aumento não quer apenas dizer que está a haver mais problemas na mudança de comerciali­zador. O número de mudanças também tem vindo a subir, até dentro do mercado livre. Os dados estatístic­os mais recentes da Entidade Reguladora dos Serviços Energético­s ( ERSE) mostram que, em junho, havia mais de quatro milhões de clientes no mercado livre de eletricida­de, um cresciment­o de 41% face ao mês homólogo. E no gás havia em junho 924 mil clientes, mais 35% do que no período homólogo. Além disso, o facto de haver mais queixas na luz e ainda de haver um aumento substancia­l das reclamaçõe­s no gás justifica- se com o facto de haver mais consumidor­es de eletricida­de do que de gás – mais de seis milhões versus um 1,3 milhões – e de o mercado livre de eletricida­de estar a funcionar de forma mais dinâmica há mais tempo. De acordo com os dados divulgados pelo regulador no final de junho deste ano, em 2014 havia nove operadores e 232 ofertas no mercado livre de eletricida­de e 176 ofertas no de gás natural.

De acordo com a Deco, a maior parte das reclamaçõe­s surge quando os clientes juntam as duas contas numa só, ou seja, optam por uma fatura dual, mas a queixa mais comum é mesmo a dupla faturação, ou seja, receber uma conta do operador antigo e do atual. Seguem- se depois as práticas comerciais desleais, como, por exemplo, a existência de um período de fidelizaçã­o; a demora no envio da primeira fatura ou o tempo excessivo para fazer a mudança, que o regulador estipulou em três semanas. Uma situação que, segundo a Deco, é mais comum no gás do que na eletricida­de.

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