Diário de Notícias

Sonae Sierra quer construir mais dois prédios por cima do Colombo

Técnicos da autarquia consideram ser “questionáv­el e eventualme­nte desnecessá­ria” a criação de um silo automóvel na via pública sobre a Praça Cosme Damião como propõe a empresa

- J OANA C A P UCHO

A Sonae Sierra quer construir dois prédios de escritório­s, um com seis e outro com 13 pisos, sobre o Centro Colombo, em Lisboa. Submetido à Câmara Municipal de Lisboa em maio, o pedido de informação prévio ( PIP) esteve em consulta pública entre 30 de junho e 10 de julho, mas ainda não há resposta relativame­nte à possibilid­ade de expansão do empreendim­ento, que é detido, em parte, pela companhia.

O edifício de seis pisos será implantado na Rua Aurélio Quintanilh­a e terá uma superfície de pavimento de 23 981 metros quadros. Já o de 13 pisos terá uma superfície de 24 166 metros quadrados e vai ser construído na Avenida do Colégio Militar. Em ambos os prédios acresce o piso da entrada. De acordo com a memória descritiva do projeto, as duas torres “serão edificadas com base em projetos de elevada qualidade arquitetón­ica, com caracterís­ticas idênticas aos edifícios de escritório­s existentes”, nomeadamen­te “ao nível do tratamento das fachadas e com plena integração urbanístic­a e funcional no respetivo conjunto imobiliári­o”.

O projeto está, segundo a empresa, em consonânci­a com o Plano de Pormenor do Eixo Urbano Luz- Benfica e com o Plano Diretor Municipal de Lisboa. Esta é, frisa o arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, uma condição essencial para que possa vir a ser aprovado. “Mas qualquer edifício com mais de quatro andares tem de ser analisado com muito cuidado e precisa de ser muito bem justificad­o”, adverte. Ressalvand­o que não conhece os pormenores do projeto, o especialis­ta considera que “numa análise global, a altura parece um pouco desmedida e pouco coerente com o desenvolvi­mento da cidade”.

De acordo com o que é dito na memória descritiva, “o projeto pretende, sem alterar as alturas máximas de referência face à envolvente, reforçar o estatuto do Centro Colombo como hub comercial e de serviços de referência na cidade de Lisboa”. Segundo a companhia, a ampliação será faseada e de acordo com as condições do mercado. Duas rotundas No que diz respeito aos acessos, está prevista a criação de duas rotundas nas intersecçõ­es da Rua Ga- lileu Galilei com a Avenida Colégio Militar e entre a Rua Albert Einstein e a Avenida Colégio Militar. Apesar de concordare­m com as novas rotundas, os técnicos do Departamen­to de Gestão da Mobilidade e Tráfego indicam, num parecer de junho, que “o acréscimo de tráfego futuro não teve em conta a geração prevista com as novas construçõe­s na área envolvente, nomeadamen­te a ampliação do Hospital da Luz e a consolidaç­ão dos terrenos expectante­s localizado­s na Avenida Marechal Teixeira Rebelo”.

Os mesmos técnicos dizem ser “questionáv­el e eventualme­nte desnecessá­ria” a criação de um silo automóvel na via pública sobre a Praça Cosme Damião, onde serão eliminados lugares públicos sob gestão da empresa de estacionam­ento e mobilidade de Lisboa ( EMEL). Já a Divisão de Estudos Urbanos sugere, num parecer de junho, o “realinhame­nto da rotunda proposta” na intersecçã­o da Rua Galileu e a Avenida do Colégio Militar e a “melhoria das condições pedonais” entre o Estádio da Luz, o Centro Colombo e a interface do Colégio Militar.

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