Três mortos por dia às mãos da polícia nos EUA
Tiroteio no aniversário da morte de Michael Brown. Suspeito está em estado crítico após ter sido atingido pela polícia
FERGUSON Um ano após a morte do jovem negro Michael Brown às mãos de um polícia branco – e dos motins que se seguiram –, Ferguson volta a estar em alerta. As autoridades resolveram manter durante pelo menos mais uma noite o estado de emergência, decretado no domingo depois de um tiroteio durante um protesto pacífico de domingo. O suspeito dos disparos, Tyrone Harris, está em estado crítico, depois de ter sido atingido a tiro pela polícia. E arrisca entrar para as estatísticas que mostram que três pessoas morrem por dia às mãos das forças de autoridades nos EUA.
De acordo com a contagem feita pelo projeto Fatal Encounters ( Encontros Fatais), citado pelo jornal El
desde o dia da morte de Brown ( 9 de agosto de 2014) 1089 pessoas perderam a vida após encontros com as forças de ordem. É o uma média de três mortes por dia. Segundo os dados, 403 vítimas eram de raça branca, 243 eram afro- americanos, 152 eram latinos e 264 de raça desconhecida. O projeto, uma ideia de Brian Burgart, começou em maio de 2012 e a ideia é registar todas as mortes às mãos da polícia desde o ano 2000. Até agora, já há mais de oito mil casos, que Burgart disse ao El Mundo acreditar ser apenas 40% do número total. Cada caso é estudado e as informações são cruzadas, para evitar erros.
Em Ferguson, depois do tiroteio de domingo, a situação acalmou. Ontem, as autoridades divulgaram um vídeo que mostra o jovem de 18 anos que é acusado de disparar contra a polícia a puxar de uma arma que tinha à cintura. O pai de Harris disse que o filho não tinha uma arma. “Ele estava a correr pela vida, porque alguém estava a disparar contra ele”, disse à Reuters.