Diário de Notícias

BPI ainda não tomou decisão sobre venda em Angola

Fernando Ulrich, CEO do banco, contratou Goldman Sachs e outro para analisarem possíveis soluções para BFA

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De acordo com as contas ontem enviadas à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário­s ( CMVM), a Sonae investiu, nos primeiros seis meses do ano, qualquer coisa como 109 milhões de euros, um aumento de 48,6% face a igual período do ano passado.

“Parte desse investimen­to foi para remodelaçã­o de lojas, e a introdução de novos conceitos de loja no retalho não alimentar, bem como novas lojas.” E sublinhou ainda “os investimen­tos feitos fora de Portugal, especialme­nte em Espanha, onde vão abrir novas lojas”. Os resultados, “embora escondidos no total, da Worten em Espanha são muito positivos, e são a reposta dos novos formatos de loja”.

A Sonae destaca o aumento das vendas “em todas as áreas de negócio, o que numa situação económica que não é para grandes euforias representa um excelente resultado”. O volume de negócios do grupo cresceu 1%, atingindo 2329 milhões de euros na primeira metade deste ano.

A empresa de Paulo Azevedo refere ainda a redução da dívida para 1413 milhões de euros, menos 75 milhões, tendo o grupo realizado “operações de dívida com maturidade­s a sete anos e com taxas de juro médias com tendência decrescent­e”. A Sonae já garantiu o refinancia­mento para 2016.

A Sonae salienta que “os resultados semestrais demonstram uma solidez financeira, e uma situação de balanço confortáve­l para enfrentar qualquer turbulênci­a que possa surgir”, frisando que “é importante que as empresas portuguesa­s sejam capazes de se capitaliza­r, com recursos próprios”.

BANCA O BPI tem de reduzir a sua exposição a Angola, por i mposição do Banco Central Europeu ( BCE). Das várias opções existentes, uma delas é a venda da participaç­ão de 50,1% no Banco de Fomento Angola ( BFA). No entanto, o banco garante que ainda nenhuma decisão está tomada.

O banco liderado por Fernando Ulrich contratou a Goldman Sachs para sondar o mercado em relação à venda da posição no banco angolano, segundo avançou o Jornal de Negócios. O BPI contratou “duas instituiçõ­es financeira­s internacio­nais para lhe prestar apoio na análise e exploração” de “soluções” para Angola, respondeu o banco, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário­s ( CMVM).

O BPI refere que “são possíveis várias soluções” para “acomodar o limite de exposição a grandes riscos decorrente da exposição do Banco de Fomento Angola ao Estado angolano e ao Banco Nacional de Angola”. Mas que “até ao momento não tomou qualquer decisão quanto à solução a adotar”.

Vender a participaç­ão no BFA, alienar a carteira de dívida pública angolana ou juntar- se a outro banco em Portugal que lhe permitisse ganhar dimensão sempre foram as soluções mais faladas. A venda da participaç­ão no BFA será mesmo a alternativ­a menos desejada, uma vez que tem sido Angola a suportar os ganhos do banco.

A redução da exposição a Angola deve- se ao facto de o BCE ter deixado de reconhecer o estatuto de equivalênc­ia à supervisão angolana, levando assim o banco liderado por Fernando Ulrich a superar os limites de exposição a ativos daquele país. Esta situação terá de estar resolvida até março de 2016.

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