Diário de Notícias

Cinco ideias para viver Lisboa na Rua a partir de hoje

A Orquestra Angrajazz inaugura o evento no jardim do Arco do Cego, às 19.00. Outros 30 largos, praças e zonas verdes da capital dão- se às artes até 20 de setembro

- L I NA S A NTOS

Sempre ao ar livre, sempre gratuitos, 31 largos, praças e jardins da cidade recebem a partir de hoje o festival Lisboa na Rua, uma organizaçã­o da EGEAC que há sete edições transforma locais de passagem em salas de concertos, cinemas e galerias de arte. Fazemos uma visita guiada por cinco. A Arte da Big Band A Orquestra Angrajazz inaugura o Lisboa na Rua, no jardim do Arco do Cego, hoje, e é uma das cinco que foram escolhidas por Luís Hilário, programado­r do Hot Clube de Portugal. Tocam às quintas- feiras, até 17 de setembro, às 19.00.

É a primeira vez que os açorianos participam neste ciclo. “Por vezes é mais difícil trazer portuguese­s do que estrangeir­os”, diz o programado­r ao DN, referindo- se aos alemães Thoneline Orchestra, uma estreia em território nacional, com atuação marcada para 3 de setembro no largo da Estação do Rossio. “Vi- os num encontro de jazz há dois anos em Dortmund”, conta o programado­r ao DN, explicando a escolha. O concerto chama- se Black & White Swan e é dirigido por Caroline Thone, maestrina e compositor­a de parte do repertório da banda. As outras escolhas são nacionais: a Big Band da Nazaré ( Parque das Conchas, dia 27), LUME – Lisbon Undergroun­d Music Ensemble ( Largo de São Carlos, 10 de setembro) e a Orquestra de Jazz do Hot Clube de Portugal, com a música de Glenn Miller ( 17 de setembro, Ribeira das Naus).

A Arte da Big Band nasceu com o Lisboa na Rua há sete edições num convite dirigido ao Hot Clube. Luís Hilário lembra- se de ter dito não a um programa de quartetos e quintetos. “A música acaba por não ter força”, continua a defender. Propôs então as Big Band. “Dá muito mais trabalho, mas a orquestra impõe- se”. E, completa, “tem outra vantagem”: “Dá trabalho a um número maior de músicos.” Contas por alto, quase cem . Fuso O festival de vídeo, com direção artística de Jean- François Chougnet, é outro velho conhecido do Lisboa na Rua. Arranca na terça, dia 25, às 21.30, na Travessa da Ermida, em Belém, com a exibição de oito obras selecionad­as e continua no dia seguinte mostrando as obras a concurso, na Praça do Carvão ( Museu da Eletricida­de). “Este ano recebemos 117 filmes”, revela o diretor executivo, António Câmara.

O vencedor é conhecido no dia 30, nas Ruínas do Museu Arqueológi­co do Carmo, depois do programa selecionad­o por Lori Zippay, diretora executiva do Electronic Arts Intermix ( EAI), em Nova Iorque, uma das primeiras a defender a preservaçã­o da v ideoarte. Para o Fuso “fez uma seleção de vídeos musicais”.

A norte- americana é uma das oito pessoas a quem foi dada “carta branca” para escolherem as obras que serão mostradas ao público: Alisson Avila, Elsa Aleluia, Françoise Parfait, Isabel Alves ( viúva de Ernesto de Sousa, mentor do primeiro evento de videoarte em Portugal, nos anos 1970), Paula Lopéz Zambrano, Xavier Franceschi e Miguel Palma. O artista português elegeu 14 vídeos, “um lado menos conhecido da sua obra”, segundo Câmara. Sou do Fado De um verso de um fado de Guilherme Pereira da Rosa saiu o nome deste ciclo que leva Raquel Tavares, Amélia Muge, Katia Guerreiro, António Chainho e Jorge Fernando ao Largo de São Carlos, nos dias 21, 28 e 29 de agosto, 4 e 11 de setembro. Nomes “representa­tivos do melhor que o fado tem”, defende Rita Oliveira, do Museu do Fado, a quem coube a programaçã­o. “A Raquel é tradição, a Amélia Muge musicou inéditos de Amália”, diz, notando a variedade do que se vai ouvir. Os concertos são à noite ( 21.30). Entrada Livre Tiago Rodrigues assumiu a direção do Teatro Nacional D. Maria II em janeiro e o Lisboa na Rua dá a deixa para o arranque da temporada, com três dias de atividades no teatro e à volta do teatro, no Rossio, nos dias 11, 12 e 13 de setembro, como a leitura de textos por alunos de teatro ou a feira do livro de teatro ou a exposição de partituras do teatro. “Entrada Livre pareceu- nos um bom nome para presidir a um novo projeto artístico. Inscrev e- se na cidade e no espaço público”, diz o ator e encenador ao DN. “Queremos que seja um teatro com portas mais fáceis de abrir”. Ifigénia, dirigido pelo próprio Tiago Rodrigues, é um dos espetáculo­s que podem ser vistos, a par de Agamémnon, Electra e Coleção de Amantes, de Raquel André. Flâneur Este projeto, criado há dois anos pela associação Procur. arte, vai buscar o nome ao deambular pela cidade descrito pelo francês Baudelaire e convidou dois fotógrafos, Augusto Brázio e a irlandesa Martina Cleary, a darem uma “nova leitura sobre Lisboa”, diz Nuno Salgado, em nome do Flâneur. “Já sigo o Brázio há muito tempo”, explica Nuno Salgado, em nome do Flâneur. É muito duro, o preto e branco é muito forte, achei que tinha toda a pertinênci­a”, explica. Conheceu a fotógrafa num festival em Dublin. O resultado: 30 fotos de cada um deles, vai ficar exposto no Largo do Intendente, em cubos e paralelepí­pedos de luz, entre 11 de setembro e 5 de outubro. É, também, umas das três novidades do festival, a par da Cidade das Tradições e da programaçã­o de teatro. As quintas- feiras são reservadas para a Arte da Big Band. Clássicos e renovados sons do jazz em distintos jardins da cidade, às 19.00

Lisboa na Rua tem duas regras: ser ao ar livre e de entrada gratuita

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