Diário de Notícias

Jorge Palma deu concerto no largo da igreja em Fátima

Prior da freguesia diz que Fátima “tem de ser também um espaço de cultura e de encontro de gerações e não apenas o Altar do Mundo”.

- ALEXANDRA SERÔDIO

O convite foi feito pelo prior Rui, “um tipo simpático e porreiro” segundo Jorge Palma, que aceitou realizar “um concerto diferente”, no adro da Igreja Paroquial de Fátima. Anteontem à noite e apesar do frio que se fazia sentir, mais de 300 pessoas aplaudiram de pé o cantor que durante hora e meia cantou e encantou gente de todas as idades.

Carlos Guia deslocou- se de Torres Novas a Fátima para assistir ao concerto, “uma oportunida­de única mais perto de casa”. Levou a mulher e as duas filhas e “apesar do tempo desagradáv­el”, Carlos deliciou- se com as músicas “bem conhecidas” por ele e pela mulher. Já as filhas “são ainda muito novas e não conhecem bem o cantor, mas também quiseram vir”, diz.

Luís Ferreira, residente no Cercal ( Ourém), foi desafiado por um amigo. Achou “normal” o concerto ser realizado no adro de uma igreja, assume ter “gostado muito” de ter assistido, e de manga curta assume que até nem se importou muito com o frio que se sentia.

“No ano passado estava muito frio. Neste ano disse ao meu marido que levava o cobertor.” Maria Antónia esteve sentada na terceira fila, acompanhad­a do marido, ambos com 72 anos, e bateu “poucas palmas para não arrefecer as mãos” que estavam enroladas no cobertor. Gosta de música e por isso assume que não dispensa “uma festazinha”, e quando “é à porta de casa, melhor ainda”. “Olhe, gostei muito…. Era boa música… não havia muito barulho… Foi muito bonito”, afirma o marido Carlos.

Ana, Margarida e João, com 13 anos, não conheciam “todas as músicas” de Jorge Palma, mas garantem ter gostado muito do concerto e pedem “mais iniciativa­s destas cá na terra”. Não é um concerto qualquer “As músicas, os textos e o próprio cantor são controvers­os” e por isso “este não foi um concerto qualquer”, assume o padre Rui Marto, explicando que “esta foi uma iniciativa feliz” que “teve toda a disponibil­idade e acolhiment­o do cantor”.

Responsáve­l pela paróquia de Fátima há oito anos, o sacerdote fala “na competênci­a, na notoriedad­e e em tudo o que representa Jorge Palma na sociedade portuguesa”, e lembra que “Fátima não é só o santuário e a religião. Tem também de ser cultura”.

“Estamos já a viver o centenário das Aparições ( que se celebra em 2017) e é importante que a cultura faça parte deste centenário e que Fátima seja também um espaço de encontro de gerações”, diz o padre Rui revelando que o concerto foi dado “a título gracioso” por Jorge Palma, numa organizaçã­o dos cristãos da paróquia.

O cantor disse ao DN que não sentiu “frio a partir da quinta música” e assumiu que este foi um concerto “um bocadinho diferente e especial”, já que teve como pano de fundo a igreja paroquial. “O público foi fantástico”, frisa Jorge Palma, assumindo que “já esperava este tipo de acolhiment­o”.

No seu vasto reportório e interagind­o várias vezes com o público, o cantor dedicou o tema Estrela do Mar “ao prior Rui, a toda a sua equipa e também a Nossa Senhora de Fátima”.

O bilhete para o concerto de Jorge Palma custava 15 euros. O valor apurado destina- se a custear as despesas da logística do concerto.

Maria Antónia, de 72 anos, bateu poucas palmas para não tirar as mãos do cobertor...

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O músico deixou de sentir frio “a partir da quinta música”

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